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Pesquisadora do MAST participa de evento internacional
A antropóloga Priscila Faulhaber apresenta dois trabalhos durante a Reunião de Antropologia do Mercosul, realizada entre os dias 1 e 4 de agosto na Universidade Federal Fluminense, em Niterói. Na ocasião, ela participa da mostra de filmes e também lança seu livro “Antropólogos em campo: Curt Nimuendajú, traduções americanas e etnografia Tikuna”.
O curta “Céu Tikuna em movimento” será apresentado na sessão da tarde do dia 29 de julho, realizada das 14h30 às 16h50, com mediação de Milena Manfredini. Produzido em 2021, o vídeo exibe aspectos da cosmovisão dos indígenas Tikuna – população da região de fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru – sobre as relações céu-terra. Por meio de uma observação continuada do movimento dos corpos celestes visíveis, o conhecimento desse povo permite reconhecer elementos recorrentes da sazonalidade das chuvas e da estiagem, uma estratégia de subsistência em termos do uso dos recursos agrícolas e pesqueiros. O roteiro, argumento e direção são de Priscila Faulhaber e do bolsista de iniciação científica do MAST e mestrando em antropologia no Museu Nacional Heitor Martins de Oliveira.
Já o lançamento de “Antropólogos em campo: Curt Nimuendajú, traduções americanas e etnografia Tikuna” será dia 1º, das 19h30 às 21h, na Reserva Cultural. Ele reflete sobre a importância da trajetória do etnógrafo alemão Curt Nimuendajú na primeira metade do século XX, considerando sobretudo os antecedentes da Segunda Guerra Mundial e seus desdobramentos para a história da antropologia social no Brasil. Após fazer um panorama histórico, focalizando a divisão social do trabalho antropológico e os dilemas da tradução cultural na disciplina, a análise recai sobre a circulação americana dos textos do autor, examinando os contatos que ele estabeleceu durante a produção da etnografia Tikuna, em interações estabelecidas a partir do final da década de 1920. Inicialmente ele vendia artefatos indígenas para museus da Europa. As coleções Tikuna que reuniu nos anos 1940 foram compartilhadas pelo Museu Paraense Emílio Goeldi e Museu Nacional do Rio de Janeiro, integrando seus acervos musealizados. A coleção Nimuendajú do Museu Nacional foi destruída com o incêndio de 2018, embora tenha sido digitalizada por alguns projetos de pesquisadores na área. Este livro trata da história da reunião de parte dessa coleção e os percalços vividos por Nimuendajú no período.
A programação completa pode ser acessada no site do evento.