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Pesquisadoras do MAST participam de publicação do MHN
Heloisa Gesteira é uma das pesquisadoras do MAST que participa do livro Histórias do Brasil em 100 objetos do Museu Histórico Nacional
Ao analisar um objeto de séculos passados, um historiador se depara não só com o uso que era feito até então do objeto, mas como enxergar esse instrumento à luz do presente. No caso das historiadoras e pesquisadoras do MAST Heloisa Gesteira e Moema Vergara, o desafio foi explicar objetos que estão no Museu Histórico Nacional. O resultado das investigações faz parte do livro “Histórias do Brasil em 100 objetos do Museu Histórico Nacional”, lançado mês passado. Na obra, especialistas convidados escrevem sobre os itens que fazem parte do acervo da instituição.
Em seu texto, Heloisa Gesteira descreve e constrói sua reflexão a partir de uma agulha de marear, um objeto que leva o visitante para o século XVI, evocando o papel dos artesãos portugueses no desenho e construção de instrumentos de navegação “Ela materializa a importância da arte de navegar e dos instrumentos de navegação para o domínio dos mares, dos povos e das mercadorias durante a época moderna”, afirma a pesquisadora.
Mais do que relacionar o objeto aos seus usos no passado, Gesteira acha fundamental dar visibilidade aos objetos que formam o nosso patrimônio para refletir sobre o presente. “Esses acervos são importantes não só porque eles carregam em si vestígios do passado, mas, como documentos históricos, eles nos permitem pensar a partir de hoje, das nossas questões. Para que serve um objeto como esse? Como o objeto é usado no museu? Por exemplo: a agulha de marear está na alegoria dos descobrimentos, mas é um instrumento do século XVIII. Esses usos e reusos nos ajudam a ver o potencial que esses objetos têm”, explica.
Já Moema Vergara é autora do texto sobre o “Retrato de Pedro II”, quadro de autoria de Delfim da Câmara, pintor que apesar de ter feito dois retratos do imperador teve pouco reconhecimento. O texto, feito em parceria com o astrônomo Rundsthen Nader, ressalta o vínculo do monarca com a ciência e sua importância para a época.
“No retrato de Pedro II que está no MHN, Delfim da Câmara o pintou cercado da ciência de que o retratado mais gostava: a Astronomia. Lá ele está representado segurando um livro, em cuja página aberta há o desenho de um telescópio e, ao fundo, vemos a cúpula de um observatório astronômico. No momento da celebração do nosso bicentenário de Independência, este quadro dá algumas informações importantes do principal regente do século XIX, que governou o país durante quase 50 anos, período em que se estava buscando lançar as bases da nacionalidade brasileira” afirma o texto.
“Histórias do Brasil em 100 objetos do Museu Histórico Nacional”, é organizado por Aline Montenegro Magalhães, André Amud Botelho e Rafael Zamorano Bezerra e conta com a colaboração de diversos autores.