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MAST recebe primeira visita escolar com tradução em libras
Hoje foi dia do MAST receber as primeiras visitas com turmas de alunos surdos. Na parte da manhã, 24 adolescentes do 1º e 2° ano do Ensino Médio percorreram o prédio sede, pavilhões de lunetas e a Casa da Hora para aprender um pouco mais sobre astronomia e sistema solar. À tarde, foi a vez de nove estudantes, do 3º ano. Todos eles estudam no Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), unidade vinculada ao Ministério da Educação.
Para o professor de física Hugo Henrique Pinto, essas visitas são fundamentais. “Faz muita diferença, tanto pelo aspecto pedagógico das ciências como pela representatividade, além da questão lúdica deles estarem aprendendo se divertindo. Com certeza vou trabalhar temas interdisciplinares nas minhas aulas de física”, explica.
Thiago Almeida, aluno do 1º ano do Ensino Médio, concorda que esse tipo de atividade estimula o aprendizado. “Quando eu venho num passeio livre, fora do contexto escolar, o interesse aumenta, porque a gente tem outra visão sobre as coisas. O que eu aprendi aqui hoje sobre os planetas e sobre o tempo foi muito importante pra mim”, avalia.
Apesar do INES ter intérpretes próprios para as saídas extraclasse, os professores acreditam que quando a própria instituição tem intérpretes o aprendizado é melhor. É o caso da professora de português Isabel. “Quando a gente visita um lugar que tem um intérprete próprio, é óbvio que vocês conseguem passar um conhecimento que talvez os nossos intérpretes, não sendo parte do lugar, não têm conhecimento. É muito importante que haja esse intérprete específico”, conclui.
Na visita vespertina também esteve presente o professor de libras Nelson Pimenta. Primeiro ator surdo a se profissionalizar no Brasil e também apresentador do programa talk show da TV INES, ' Café com Pimenta' , ele considerou muito interessante esta visitação porque os surdos costumam ser excluídos em muitos lugares de cultura e lazer. "Mostrar a Astronomia para estes alunos foi um atrativo a mais neste passeio cultural. Uma das alunas disse que com a mediação em libras conseguiu ter uma percepção mais exata do museu", afirma.
Para Caroline Viana, mediadora da COEDU/MAST e tradutora da Língua Brasileira de Sinais, 'entusiasmo' é a expressão que define o sentimento desta primeira Visita Escolar Programada em Libras. "Está sendo bem empolgante, porque os alunos demonstraram um conhecimento de ciências e de astronomia. Fizeram perguntas muito pertinentes sobre Sistema Solar e sobre Física, na Casa da Hora", informa Caroline, acrescentando que a próxima VEP com mediação em libras será em 12 de julho, com alunos da Escola Municipal Paulo Freire, de Niterói.