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No aniversário de Augusto Ruschi, relembre a parceria MAST-INMA
Um dos objetivos do MAST é preservar a memória da ciência e da tecnologia brasileira dando suporte a outras instituições que desejem conservar seus arquivos na área. Esse é o caso da parceria em que o Arquivo de História da Ciência do MAST, por meio do servidor Everaldo Pereira Frade, tem assessorado o Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA) na organização do acervo sob a guarda da instituição. São cerca de 20 mil documentos, entre os quais os arquivos pessoais do naturalista Augusto Ruschi e do biólogo Álvaro Aguirre, além do arquivo histórico do Museu Mello-Leitão (denominação anterior do INMA).
Segundo Everaldo Frade, essa parceria é fundamental para preservar o acervo das pesquisas sobre a Mata Atlântica. “O MAST entra com a expertise de organização de arquivos científicos e o INMA assegura a conservação de um acervo essencial para o estudo sobre o bioma. Assim, ambas as instituições cumprem suas missões institucionais, assumidas com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações”, frisou.
O trabalho em conjunto já mostrou alguns dos resultados, entre eles a leitura, classificação e descrição de mais de 30.000 páginas de documentos depositados no arquivo Augusto Ruschi e a publicação do livro Augusto Ruschi: notas biográficas (GONCALVES, 2019), distribuído especialmente para escolas do ensino fundamental do município de Santa Teresa, bibliotecas públicas do estado do Espírito Santo, agentes políticos e institutos de pesquisa e pesquisadores de diferentes estados brasileiros.
Augusto Ruschi (1915-1986), naturalista, agrônomo e ecologista brasileiro, também conhecido como o “pai dos beija-flores”, registrou extensa e significativa obra sobre a fauna e a flora brasileira, sobretudo a relativa ao bioma da Mata Atlântica. Ferrenho e aguerrido defensor da natureza, também defendeu a cultura e os direitos das minorias indígenas, pois acreditava nos seus conhecimentos e na utilização da flora e da fauna no combate às doenças. Em 1949, Ruschi criou e dirigiu o Museu de Biologia Mello-Leitão, passando este a administrar a estação biológica de Santa Lúcia, no município de Santa Teresa/ES, cargo que exerceu até a sua aposentadoria em 1983.
O arquivo pessoal de Ruschi é um acervo valioso para os estudos sobre a Mata Atlântica, sendo constituído de documentos textuais, iconográficos e cartográficos, entre outros, onde sobressaem os registros sobre as suas lutas em prol do meio-ambiente e a extensa correspondência com diversos cientistas, brasileiros e estrangeiros, autoridades e pessoas interessadas na preservação e criação de beija-flores, principal tema das pesquisas de Ruschi, cobrindo o período que vai do final do século XIX até seu falecimento em 1986.