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No aniversário de Bertha Lutz, conheça um pouco da história da bióloga que foi membro do CFE
Em uma época em que as mulheres quase não participavam da ciência, Bertha Lutz foi uma das pioneiras do feminismo no Brasil. Além de membro do Conselho de Fiscalização das Expedições Artísticas e Científicas do Brasil (CFE), foi a segunda mulher a passar em um concurso público, como bióloga no Museu Nacional, e se tornar servidora.
Na primeira metade do século XX, o ambiente científico era marcadamente masculino. No caso do CFE, embora houvesse participação feminina nos trabalhos, ela ainda era pequena: nenhuma mulher chegou à presidência do conselho e, dos 56 membros, apenas 7 foram conselheiras. Muitas vezes, suas pesquisas e invenções acabaram sendo registradas em nome de seus pais e maridos. Nesse sentido, o fortalecimento do feminismo também contribuiu para que instituições científicas se abrissem para mais mulheres cientistas, como explica a pesquisadora do MAST Marta Almeida no texto da exposição virtual do CFE.
“Foi o caso de Bertha Lutz, estudiosa das ciências naturais, que consolidou sua carreira científica trabalhando no Museu Nacional do Rio de Janeiro e, como membro do CFE envolveu-se na discussão de políticas públicas de proteção do patrimônio natural brasileiro, como a criação de Parques Nacionais, e de organização de Museus e suas atividades educacionais. Bertha Lutz desenvolveu um trabalho totalmente independente daquele que realizava em conjunto com o pai, Adolpho Lutz, demonstrando suas próprias concepções sobre ciências e sobre o desenvolvimento das instituições científicas, respaldada por ampla circulação em diversos países”.
Quer saber mais sobre a participação feminina no CFE? É só acompanhar a exposição virtual disponível no site do MAST. Também é possível acessar a base Zenith, nossa base de dados de arquivos em História da Ciência, e conhecer melhor o trabalho desse importante conselho, cujo acervo está sob guarda do MAST.