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Projeto do MAST é aprovado na FINEP
O ano do bicentenário da Independência do Brasil também marcará a realização da última etapa do projeto "A Cultura Científica no Brasil: Espaços Multiusuários da Ciência e Tecnologia no MAST", que acaba de ser aprovado na Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP). A coordenadora geral dessa etapa, a ser realizada, nomeada pelo diretor Marcus Granato, é a pesquisadora do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) Heloisa Maria Bertol Domingues, que explica como será essa nova fase. "Apresentamos à Finep quatro subprojetos que irão potencializar o caráter multiusuário do MAST, através de um investimento massivo na informatização de dados, documentais e museológicos, que abrangem pesquisa em história das ciências, digitalização documental, criação de banco de dados e exposições museológicas virtuais", enumera.
Um dos subprojetos, coordenado pela pesquisadora Marta de Almeida, é o Vozes da Ciência, que propõe fornecer subsídios teórico-metodológicos para uma História Oral das Ciências através da identificação e digitalização dos documentos sonoros e audiovisuais do acervo do MAST. Essas fontes históricas requerem uma adaptação tecnológica para acesso ao seu conteúdo, uma vez que ocorreram cinco mudanças geracionais de tecnologias nos últimos 30 anos (fita rolo, fita cassete de áudio, fita de vídeo U-matic, fita de vídeo VHS, fita de vídeo Betacam, minicassete, CD, DVD, entre outros). O projeto prevê, ainda, a realização de entrevistas com cientistas, em atividade nas instituições de pesquisa, que resultarão na elaboração de material audiovisual e sua divulgação.
Já o Portal de História da Ciência da Tecnologia no Brasil (PHCT), que é coordenado por Heloisa Gesteira, visa a divulgação da história da ciência e da tecnologia no Brasil para estudantes do ensino médio, graduação e professores. O portal contará com uma seleção de documentos iconográficos, tridimensionais e textuais sobre fatos e eventos científicos importantes na história brasileira, valorizando o acervo de instituições públicas de ciência e contribuindo para a educação e a divulgação científica. A documentação histórica será reunida em uma base de dados, que divulgará e preservará digitalmente os documentos.
Considerando os cientistas e sua produção numa conjuntura sócio-política definida temporalmente, o subprojeto Sistema de Informação para a História Social das Ciências e dos Cientistas no Brasil , coordenado pela própria Heloisa M. Bertol Domingues, é constituído de uma base de dados prosopográfica sobre instituições e cientistas que receberam bolsas e auxílios do CNPq no período de 1951 a 1973. Graças à aprovação dessa segunda etapa do projeto, esse sistema de informação, batizado de Prosopon, será disponibilizado na página do MAST e dará ao público subsídios significativos para uma história de cientistas brasileiros e das respectivas práticas científico-institucionais.
Por fim, sob a coordenação do pesquisador Marcio Rangel, o subprojeto Digitalização da Coleção de Astronomia em 3D: Preservação e Exposição Virtual, dará oportunidade ao público, dos quatro cantos do mundo, de acesso à preciosa coleção documental e de instrumentos científicos do MAST e à história científica e tecnológica brasileira. Igualmente aos espaços físicos, as coleções museológicas e parte das arquivísticas que são tombadas pelas agências públicas de patrimônio histórico, o que inclui todo o acervo de instrumentos científicos e alguns arquivos de documentos, assim como o conjunto de cúpulas de astronomia, distribuídas no seu campus. Todo esse material deverá ser escaneado em 3D.
Sobre o projeto:
Ao apresentar o projeto à FINEP, em 2016, o MAST visava promover um debate social e político das ciências e tecnologias. Para isso, tinha como meta criar uma infraestrutura adequada à produção de tecnologias sociais multiusuárias e disponibilizar acervos históricos, documentais e tridimensionais, a fim de: promover a apropriação social dos conhecimentos científicos e de técnicas inovadoras; socializar a história e o patrimônio histórico brasileiro de C&T; e popularizar as ciências em espaços não formais de educação. Essa meta tornou-se premente depois de 2020, quando o mundo viveu e vive ainda a experiência nefasta e triste da pandemia da Covid-19.
Na primeira etapa, a execução do projeto priorizou obras de infraestrutura de tecnologia da informação e nas edificações do MAST, melhorando as condições de recepção do público visitante. A segunda etapa que ora se inicia privilegia a inclusão social e digital das ciências, estabelecendo alicerces à cultura científica brasileira que marcassem a socialização dos conhecimentos científicos e tecnológicos no país.
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