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MAST: 34 anos de divulgação e história da ciência
E para relembrar essa rica trajetória, precisamos voltar ao dia 8 de março de 1985, data em que o museu ocupou as antigas instalações do Observatório Nacional (ON) e passou a ser a instituição responsável pela preservação de arquivos de numerosos cientistas e pela guarda de um valioso acervo, tanto imóvel quanto de objetos que vão desde peças do mobiliário, especialmente de instrumentos científicos que são testemunhos da história da ciência do Brasil. No ano seguinte à sua criação, o Museu teve o seu conjunto arquitetônico e paisagístico tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e em 1987 pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac).
A significativa coleção de astronomia, física, química e geofísica, preservados nas reservas técnicas do MAST, ajudam a compor espaços de exposições e visam a socialização do patrimônio científico sob sua guarda e a divulgação de conhecimentos para o público. Mas, não é somente guardar e preservar. Disseminar e educar também são as premissas do MAST ao longo de seus 34 anos. Além das atividades de divulgação da ciência, por meio de exposições, ciclos de palestras, observação do céu, visitas orientadas e várias outras ações lúdicas, o museu reúne pesquisadores que fazem estudos em diversas áreas da ciência. Até hoje, a instituição se preocupa em realizar ações estratégicas e de produção científica, técnica e educacional, buscando sempre ser uma referência nas suas especialidades: museologia e preservação de acervos científicos e tecnológicos, história das ciências e tecnologia, educação não formal e popularização das ciências.
Fisicamente, o MAST mantém sua forma clássica. Ao longo dessas três décadas, a instituição preservou sua concepção original. Apesar do tempo e das necessárias restaurações, suas edificações e pavilhões conservam as características arquitetônicas dos primeiros anos do século XX, que em conjunto com a coleção de instrumentos científicos constitui ponto focal mundial da astronomia reconhecido pela UNESCO. Tudo devidamente preservado para que as próximas gerações conheçam e saibam mais sobre a nossa história.
Mas, não falta modernidade à instituição. Isso pôde ser evidenciado em 2010, com a inauguração do Prédio Anexo que hoje abriga as atividades relacionadas à preservação do patrimônio cultural de ciência e tecnologia, deixando o prédio histórico, sede da instituição, totalmente voltado às exposições. A estrutura comporta o corpo técnico do MAST e sua força de trabalho distribuída pelas coordenações de História da Ciência e Tecnologia, de Educação em Ciências, de Museologia, de Documentação e Arquivo e a equipe de informática, além dos Laboratórios de Conservação de Objetos Metálicos (LAMET) – o único no país – e de Conservação e Restauração de Documentos em Papel (LAPEL). O prédio também possui um auditório com capacidade para 70 pessoas e equipamentos que fazem transmissão ao vivo pela internet das principais mesas-redondas e palestras desenvolvidas pela equipe do Museu.
Outro exemplo de sintonia do MAST com as demandas da contemporaneidade é a Biblioteca Henrique Morize. Inaugurada em 2015, abriga mais de 30 mil títulos compostos por livros, monografias, dissertações e periódicos nacionais e estrangeiros. Entre os destaques do acervo estão antigos exemplares de livros raros. Parte da coleção – 15 mil exemplares – foi doada pela Academia Brasileira de Ciências (ABC). No edifício de três pavimentos também há espaço multimídia e sala de aula para alunos do curso de pós-graduação.
Ao longo de toda a sua história, o MAST tem desempenhado um papel importante no cenário da educação não formal e divulgação da ciência, dando acesso ao conhecimento nele apresentado por meio de variadas iniciativas. Hoje, a instituição procura ter uma gestão mobilizada em atrair mais público, principalmente, integrantes da comunidade de seu entorno, não somente despertando o seu interesse pela história e ciência, mas pensando em ações estratégicas para ter uma estrutura voltada ao exercício da cidadania. Neste novo ano, neste novo tempo, a expectativa é de que o Museu se transforme em referência para a comunidade e em um espaço dinâmico com atividades, não somente da difusão das conquistas científicas e tecnológicas, mas também culturais e socioeducativas. Vida longa ao MAST!