Notícias
A bem-sucedida 15ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia
Um público de 4.862 pessoas circulou pelo Campus que pertence ao Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) e ao Observatório Nacional (ON) durante os seis dias de atividades da 15ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), entre os dias 16 e 21 de outubro. Crianças se divertiram com as ações desenvolvidas por instituições de pesquisa do Rio de Janeiro, vinculadas ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC), entre demonstrações científicas, jogos interativos, atividades com realidade virtual e muitos experimentos. Adolescentes e adultos também tiveram oportunidades de ampliar seus conhecimentos em interessantes palestras ministradas em três auditórios do Campus MAST/ON, a exemplo de "Too busy changing plates: The Travels and Trials of Astronomers and Instruments for the 1919 Eclipse" (Muito ocupado mudando placas: As Viagens e Tentativas de Astrônomos com Instrumentos para o Eclipse de 1919), conferida pelo historiador britânico Richard Dunn sobre o famoso fenômeno astronômico que levou à primeira comprovação da Teoria Geral da Relatividade de Albert Einstein, além da mesas de debates com temática bastante brasileira, como "Inclusão Social em Ciência, Tecnologia e Inovação", com as participações dos pesquisadores Luiz Rufino (UFFRJ), Eloisa Sousa (FIOCRUZ/PPGPMUS) e Carolina Potiguara (MN).
A cerimônia de abertura dos trabalhos, na terça-feira (16 de outubro), no Auditório do Serviço da Hora, contou com as presenças da Diretora do MAST, Anelise Pacheco; do Diretor do ON, João dos Anjos, de Fernando Lins, Diretor do Centro de Tecnologia Mineral (CETEM); e de Ronaldo Fernandes, representando o diretor do Museu Nacional (Alexander Kellner). "É com muita honra que recebemos no Campus ON/MAST as instituições de pesquisa para participar da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. Ao longo destas quinze edições, a SNCT vem cumprindo o objetivo de aproximar a Ciência e Tecnologia da população, promovendo eventos de divulgação científica. E, dentro deste quadro, a SNCT também vem empreendendo iniciativas para divulgar a ciência para a juventude, buscando incentivá-los a se envolver nesse universo tão importante para o País. A difusão e a popularização da ciência também estão na essência do MAST, que há 33 anos vem desempenhando este papel, tanto na área de pesquisa, como também nos programas de pós-graduação e ainda na preservação e disponibilização de acervos sobre a História da Ciência no Brasil ", afirmou Anelise Pacheco em seu discurso de abertura.
Ao longo da semana, milhares de crianças ocuparam o Campus para conhecer as atrações oferecidas pelas instituições participantes nas tendas montadas no gramado e nos espaços instalados na Biblioteca Henrique Morize. Entre os destaques, a cadeira giratória, ilusão ótica, fósseis reais e réplicas, jogos matemáticos, digital interativo com capacete de realidade virtual, incluindo uma fantástica viagem virtual a Sobral, no Ceará, onde em 29 de maio de 1919 aconteceu o já citado eclipse solar, que ajudou a comprovar os estudos de Albert Einstein.
Com conteúdo divertido e uma linguagem de fácil compreensão, o evento foi uma oportunidade para o público aprender com atividades didáticas, atrativas e interessantes. Foram realizados jogos matemáticos, desafios de lógica, levitação magnética, exibição de tecnologias assistivas e educacionais, visitas à luneta de 46cm, o maior telescópio do Brasil, planetário inflável digital e diversas oficinas científicas.
Nesta edição, além das atrações oferecidas pelas instituições de pesquisa, a SNCT trouxe uma série de palestras para debater a importância da ciência para a redução das desigualdades, tema da SNCT 2018, além do importante pré-evento do centenário do Eclipse de Sobral, que marcou o início às comemorações pelo centenário da comprovação da Teoria da Relatividade Geral, de Einstein, uma das mais revolucionárias teorias científicas do século XX. A cerimônia de abertura da Celebração dos 100 Anos do Eclipse Solar de Sobral, realizada na sexta-feira (19 de outubro), no Auditório do Observatório Nacional, contou com a presença do Cônsul Geral do Reino Unido no Rio de Janeiro, Simon Woods, que foi ladeado à mesa pelos anfitriões, João dos Anjos, Diretor do ON, e Anelise Pacheco, Diretora do MAST. Este evento faz parte da programação do Ano Brasil-Reino Unido de Ciência e Inovação 2018/2019, lançado oficialmente no mês de março, na sede do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC), em Brasília.
"Dentro das comemorações do Ano Brasil-Reino Unido, teremos as exposições que vão mostrar detalhes da expedição da equipe brasileira a Sobral, em 1919, em conjunto com os cientistas ingleses para registrar o eclipse, enfatizando que há mais de 100 anos existe a parceria científica entre o Brasil e a Inglaterra", afirmou o Cônsul Simon Woods em seu pronunciamento, referindo-se à famosa empreitada realizada na cidade cearense organizada pelo Observatório Nacional sob a coordenação de seu diretor, Henrique Morize, em cooperação com os cientistas Frank Dyson e Arthur Eddington, coordenadores do Comitê Greenwich, que foi fundamental para comprovar os estudos de Einstein.
Na sequência, o historiador britânico Richard Dunn (curador sênior de História da Ciência do Royal Museum Greenwich e professor da Universidade de Leicester) cativou a atenção dos presentes com a palestra "Too busy changing plates: The Travels and Trials of Astronomers and Instruments for the 1919 Eclipse" (Muito ocupado mudando placas: As Viagens e Tentativas de Astrônomos com Instrumentos para o Eclipse de 1919). O especialista fez uma interessante abordagem de vários desafios técnicos a serem superados pelas equipes com as dificuldades logísticas e operacionais para realizar a complexa missão científica na segunda década do século XX. Entre outras coisas, contou que as equipes do Brasil e da Inglaterra intalaram-se em Sobral em abril de 1919, um mês antes do fenômeno do eclipse, para a testagem de todos os equipamentos necessários à operação: por exemplo, um relojoeiro integrou o grupo para acertar com precisão o Celóstato (aparelho que acompanha o movimento dos astros) e que foram testados quatro diferentes tipos de placas fotográficas de vidro trazidas da Europa para verificar como os procedimentos de captura de imagens e revelação fotográfica reagiriam às altas temperaturas e condições climáticas do interior cearense.
"Numa carta enviada à esposa, o Arthur Eddington contou que não prestou atenção no eclipse, porque, durante os 5 minutos e 10 segundos que durou o fenômeno, ele ficou trocando as placas fotográficas do equipamento para que tudo fosse registrado", disse Richard Dunn, esclarecendo a razão do nome de sua instigante palestra.
Outro destaque entre as palestras foi a mesa redonda "Inclusão Social em Ciência, Tecnologia e Inovação", realizada na quinta-feira (18), no Auditório do Prédio Anexo do MAST. Sob a coordenação do pesquisador do MAST Luiz Carlos Borges e mediação da pesquisadora do MAST Priscila Faulhaber, a mesa de debates contou com as presenças de Luiz Rufino (UFFRJ), de Eloisa Sousa (FIOCRUZ/PPGPMUS) de Carolina Potiguara (Museu Nacional). Foram discutidas questões como estão sendo atendidas as reivindicações de diferentes segmentos da sociedade brasileira nos últimos 20 anos em áreas como Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação.
A programação, que foi até o domingo (21), foi especialmente elaborada para agradar desde crianças até pessoas da terceira idade, que compareceram em grande número no Campus MATS / ON.
Veja as fotos do evento por dia:
Dia 1 (16/10)
- Terça-feira
Dia 2 (17/10)
- Quarta-feira
Dia 3 (18/10)
- Quinta-feira
Dia 4 (19/10)
- Sexta-feira
Dia 5 (20/10)
- Sábado
Dia 6 (21/10)
- Domingo