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Brincadeira de outro planeta: XXV Semana de Astronomia
Muitos pensam que a ciência é um bicho de sete cabeças e que só pessoas superdotadas podem ser cientistas. Com a missão de contrariar esse censo comum e popularizar o conhecimento científico, o Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) promoveu entre os dias 15 e 19 de agosto a "XXV Semana de Astronomia". Crianças, jovens e adultos participaram das oficinas, de palestras, teatro e tiveram passaporte garantido para conhecer o que tem fora da Terra.
Maria Fernanda, 7 anos, aluna do Centro Educacional Miraflores, contou suas descobertas sobre a cadela russa Laika, o primeiro ser vivo mandado ao espaço. "Ciência tem a ver com astronomia e outras coisas que a gente viu no museu. Ciência não é só 'ciência'... tem a ver com Matemática e tudo mais”, disse a menina entusiasmada com a visita.
Patrícia Figueiró Spinelli, astrônoma e uma das organizadoras da Semana de Astronomia do MAST, destacou a atividade teatral "No Bosque da Dona Aurora” do grupo “Contando Mitos" como ponto chave da programação. “O diferencial dessa edição foi trazer um mito do povo da Namíbia. As pessoas estão acostumadas a ouvir mitos gregos, romanos e talvez até nórdicos, mas mitos africanos passam despercebidos”, disse. A astrônoma nos lembrou que estamos celebrando o Biênio da Matemática, promovido pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), e por isso a temática trabalhada na XXV Semana de Astronomia foi “Matemática, o idioma da Astronomia”.
A Semana de Astronomia foi repleta de atividades interativas. Teve também: Cozinhando com Ciência, Brincando com a Matemática (Oficina de Formas Espaciais com Canudos) e a exploração do Campus do Museu em São Cristóvão. Os professores participaram de uma atividade prática sobre estações do ano em outros planetas do Sistema Solar e saíram inspirados repensando suas aulas.
Jaqueline Araújo, professora de geografia do CIEP 128 Magepe Mirim, falou sobre a importância de buscar caminhos lúdicos para passar o conteúdo. “Nós vamos fazer uma feira de ciências na escola. Vou dividir os alunos em grupos e em um deles reproduzir o experimento que fizemos no museu. A atividade prática dentro da sala de aula é fundamental porque é o que atrai o aluno. Hoje em dia eles não querem ficar copiando conteúdo do quadro. A prática faz o aluno ver a situação real do que está sendo ensinado”, disse ela.
A Semana de Astronomia do MAST é um evento anual de popularização da ciência que teve sua primeira edição em 1993 para discutir temas básicos de astronomia e apresentar as mais recentes descobertas na área. A iniciativa busca explorar as diferentes formas de divulgação científica da astronomia aproximando a ciência das pessoas.
A pesquisadora Patrícia Figueiró Spinelli reforçou o compromisso das atividades na formação dos professores. “A ideia de realizarmos atividades práticas é para que os professores também as façam em sala de aula. Na oficina do Sistema Solar, por exemplo, desenvolvemos um passo a passo para que o professor possa aplicá-lo em sala de aula”, contou a organizadora da Semana de Astronomia do MAST.
Francisco Vincent, 14 anos, aluno do 9º ano da Escola Parque, considera que a melhor forma de aprender é com atividades interativas e lúdicas. “Eu acho que a principal abordagem para aprender ciência deveria ser interativa. Acho que sempre tem que ter um método alternativo. O cérebro humano assimila muito melhor quando as coisas são associadas a uma experiência positiva”, concluiu o estudante.
A Semana de Astronomia acabou, mas o MAST está com muitas exposições gratuitas que podem ser conferidas aqui no site. Uma delas é a “3D: Imprimindo o Futuro” que mostra os avanços da impressora 3D em várias áreas do conhecimento.