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MAST participa do projeto FRIPON
O Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) cedeu um pequeno espaço no terraço de seu prédio principal para abrigar uma das câmeras do projeto FRIPON (Fireball Recovery and Interplanetary Observation Network), que tem como objetivo observar o céu em diferentes lugares do mundo para localizar meteoros que atravessem a atmosfera terrestre. A instalação do equipamento fez parte do acordo de colaboração entre o Observatório Nacional (ON) e o MAST.
O projeto FRIPON nasceu em 2013 com a finalidade de observar o céu da França de diversos pontos diferentes, à procura da maior quantidade possível de meteoros. Utilizando uma câmera “AllSky”, com lente olho de peixe, os cientistas conseguem identificar bólidos em praticamente toda a área visível do céu. Devido ao brilho dos fenômenos, o equipamento pode ser utilizado mesmo em grandes cidades, com muita poluição luminosa.
Com os dados obtidos pelas câmeras “AllSky” poderemos determinar de onde vêm os meteoros observados, calculando sua órbita, e descobrir com grande precisão – um raio de cerca de 1 km – onde os possíveis meteoritos caíram. O estudo desses objetos é de grande importância para conhecermos mais a fundo a história do Sistema Solar, já que suas composições podem ter permanecido inalteradas por bilhões de anos.
O FRIPON chegou ao Brasil a partir de uma parceria entre o projeto, o ON e o MAST. Os responsáveis pelo programa no país são os cientistas Dr. Roberto Martins e Dr. Júlio Camargo, do ON. O astrônomo francês François Colas, membro da equipe do FRIPON, veio ao campus MAST/ON para instalar o equipamento. O Museu de Astronomia entrou na colaboração cedendo o espaço do terraço de seu prédio sede para abrigar a câmera, sob a supervisão de Eugênio Reis, astrônomo e coordenador em educação e ciências do MAST.
“As câmeras [do FRIPON] servem para você fazer a triangulação e o cálculo do possível local de queda dos meteoritos. E aí você recupera e estuda.”, afirmou Eugênio. “Esses meteoritos podem ser resquícios da formação do Sistema Solar, ou seja, tão velhos quanto a Terra. Ou resquícios de planetas ou planetoides que existiram no começo e depois se fragmentaram, mas, de qualquer forma, contam a história do Sistema Solar.”
Os astrônomos Júlio Camargo (ON) e Eugenio Reis (MAST).
Nesta primeira imagem, vê-se o para-raio do prédio do MAST e o Sol,
que está saturando a imagem à esquerda.