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MAST inaugura exposição Observações do Recife holandês
O Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) irá inaugurar, no dia 17 de setembro, quarta-feira, a exposição temporária Observações do Recife holandês que reconstitui parte dos trabalhos de Jorge Marcgrave, jovem sábio que viveu na América entre 1638 e 1644. No Recife, ele realizou observações sobre o clima, as terras, as plantas, os animais, as pessoas e o céu do Hemisfério Sul, até então pouco conhecido entre os astrônomos europeus.
Às 15h, acontecerá a mesa-redonda sobre a exposição e o lançamento do catálogo Observações do Recife Holandês, com a participação dos palestrantes Heloisa Meireles Gesteira (MAST/MCTI), Oscar Toshiaki Matsuura (IAG/USP e MAST/MCTI), Fabíola Belinger Angotti (MAST/MCTI), Antonio Carlos Martins (MAST/MCTI) e Eugenio Reis (MAST/MCTI). O debate será realizado no Auditório do prédio anexo do MAST. A entrada é gratuita.
Às 17h30, será a abertura oficial da exposição Observações do Recife holandês com a apresentação do Coral do ON/MAST, sob a regência do Maestro Marcio Carvalho. Em seguida, será realizada uma oficina de observação do Céu com o Quadrante e todos os presentes serão convidados a participar do Programa de Observação do Céu, utilizando telescópios ópticos portáteis e a centenária Luneta Equatorial de 21 cm.
Esta exposição representa um desafio: a confecção de um quadrante astronômico a partir das descrições feitas por Marcgrave do instrumento utilizado por ele para observação do céu. Baseada em pesquisas acadêmicas desenvolvidas pela curadora Heloisa Meireles Gesteira e pelo especialista em Marcgrave, Oscar Toshiaki Matsuura, a mostra apresenta o resultado de um trabalho realizado pelas áreas de atuação do MAST: história das ciências, museologia, divulgação e educação em ciências.
A ideia inicial do projeto era explorar mais o Recife holandês, os espaços do saber que existiram na cidade no momento da administração do Conde João Mauricio de Nassau; a existência de um Jardim Botânico, uma espécie de gabinete de curiosidade. Mas, “a menina dos olhos acabou sendo o próprio quadrante. E construí-lo no campus foi uma opção de fazer com que esse objeto, além de ser um objeto de exposição, pudesse ser utilizado, manipulado pelo visitante”, analisa Heloisa Meireles Gesteira.
Há séculos atrás, o quadrante foi instrumento de observação da altura dos astros, servindo para obter a hora e moldar o cotidiano. Durante a primeira metade do século XVII, o quadrante de 5 pés (cerca de 1,6m) de raio era o instrumento mais importante. Hoje, por sua simplicidade, ele também pode ser usado como um instrumento didático, pois seu funcionamento pode ser percebido com clareza.
Dessa forma, a exposição explora novos métodos de interação com o público, a partir do uso do quadrante astronômico como meio de compreensão de conceitos científicos. Seus painéis são muito simples visualmente, com textos bem curtos e legendas mínimas. O catálogo dialoga muito com a exposição, apresentando textos mais analíticos com um pouco mais de reflexão.
“A exposição transforma-se numa ‘viagem’ no tempo, uma vez que pode nos colocar diante dos desafios e limites de uma observação, feita com um artefato que busca, na medida do possível, reproduzir as características de um instrumento científico do passado”. A observação com o quadrante leva o visitante a observar diretamente o céu e entender o funcionamento de um instrumento numa época em que os dados astronômicos chegam aos estudiosos através do computador.
Clique aqui e conheça o site da exposição