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Tardes com Ciência - setembro
Resumo da palestra Encontro com a História
A Mata Atlântica e a Floresta Amazônica na Construção Histórica do Território Brasileiro
Palestrante: Professor José Augusto Pádua (Universidade Federal do Rio de Janeiro)
A palestra apresenta uma comparação sintética dos processos histórico-sociais de ocupação dos dois grandes complexos de florestas tropicais que marcam a paisagem do atual território brasileiro: A Mata Atlântica e a Floresta Amazônica. O período focalizado será o de meados do século XX ao momento atual. A diferença nos níveis de desmatamento agregado desses dois complexos – cerca de 91% na Mata Atlântica e 20% na Floresta Amazônica, são reveladores do padrão geográfico da história ambiental do Brasil, indicando tempos e contextos históricos diversificados na construção das múltiplas fronteiras de territorialização ao nível das várias regiões.
As histórias da Mata Atlântica e da Floresta Amazônica não devem ser pensadas de maneira isolada, pois estão inseridas nos movimentos complexos de construção do território brasileiro. Os agentes do grande desflorestamento ocorrido na Amazônia entre 1970 e 2000, nesse sentido, vieram principalmente das regiões Sul e Sudeste do Brasil. Eles chegaram na Amazônia a partir das atividades sociais e das práticas culturais que os constituíram enquanto atores sociais no contexto geográfico e histórico da Mata Atlântica. Nessa perspectiva, o estabelecimento de um "arco do desmatamento" na Amazônia se deu através do avanço de migrações populacionais e empresariais vindas de regiões da “outra” floresta, levando para a Amazônia as dinâmicas de desmatamento elaboradas na Mata Atlântica.
Na apresentação, será discutido também a “virada cultural” na imagem e na geopolítica das florestas tropicais a partir das últimas décadas de século XX, tanto ao nível internacional quanto nacional. Essa mudança conceitual fundamentou as novas políticas públicas de conservação da Mata Atlântica, a partir de 1993, e de forte redução no desmatamento na Amazônia a partir de 2003. O destino da Mata Atlântica vem servindo como contraexemplo para pensar o futuro da Amazônia.
Resumo da palestra MAST Colloquia
Descrição arquivística e os arquivos pessoais: conhecer os arquivos pessoais para compreender a sociedade
Palestrante: Professora Lucia Maria Velloso de Oliveira (Fundação Casa de Rui Barbosa)
A análise a ser apresentada considera a preservação dos arquivos pessoais como parte de um conjunto de iniciativas relevantes para a compreensão da sociedade em determinado contexto histórico e social, e a descrição arquivística como o principal mecanismo de ampliação dos usos desses arquivos por parte da própria sociedade.