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MAST apresenta palestra sobre a escrita etnográfica na era digital
No dia 23 de setembro, segunda-feira, o Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) recebe George Marcus, professor da Universidade da Califórnia em Irvine (UC Irvine), para proferir a palestra “A escrita etnográfica na era digital”, que acontecerá às 9h30, no Auditório do prédio anexo do MAST - Rua General Bruce, 586, Bairro Imperial de São Cristóvão. A entrada é gratuita. Os interessados poderão acompanhar a transmissão do evento em tempo real pela internet. A palestra terá tradução consecutiva.
A professora Patrícia Seed, do departamento de História também da UC Irvine atuará como mediadora. Trata-se de uma atividade realizada na Coordenação de História da Ciência do MAST dentro do grupo de pesquisa “História e Etnografia da Fronteira Amazônica”, coordenado por Priscila Faulhaber, em convênio entre o MAST e o Museu Goeldi. O Professor George Marcus vem ao Rio como pesquisador visitante apoiado pela FAPERJ.
George Marcus é Chancellor Professor e fundador do Center for Ethnography da University of Califórnia - Irvine (Centro de Etnografia da Universidade da Califórnia em Irvine). E sua obra é reconhecida em termos internacionais como geradora de importantes reflexões no campo da antropologia contemporânea. O papel da escrita etnográfica na crítica cultural em antropologia repercutiu amplamente nos anos 1980. Nesta palestra, George Marcus irá redimensionar o papel da etnografia na era digital.
Segundo Marcus, a crítica cultural passa pela reflexividade antropológica, que supõe a intertextualidade e a intersubjetividade. Substantiva a identidade na observação de processos interativos, na crítica do conceito de “comunidade no sentido clássico de valores partilhados, identidade partilhada, e portanto cultura partilhada”, que tem sido mapeada literalmente em termos de localidade para definir uma trama de referência orientando etnografia.
A produção da identidade da pessoa, do grupo, da etnicidade ou da própria nacionalidade, ocorre simultaneamente em vários locais de atividade por diferentes agentes com distintos propósitos. Os processos de modernização e inovação tecnológica e a interação com mídias eletrônicas contribuem para a diversificação dos papéis assumidos pelos atores sociais. A etnografia “transforma a concepção realista de história” uma vez que expressa e mesmo determina “a construção de identidades pessoais e coletivas em um local”.
Esta discussão é estabelecida no âmbito da crítica cultural em história da antropologia que certamente irá resultar em relevantes conclusões em termos de ética de pesquisa, tão importantes para o desenvolvimento científico e tecnológico no Estado do Rio de Janeiro.