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Preservação, história e memória da Hora Legal Brasileira (1913-2013)
O Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) realizará, no dia 11 de dezembro, a partir das 10h, o evento“Preservação, história e memória da Hora Legal Brasileira (1913-2013)”, no Auditório do prédio anexo. Às 16h, será realizada a cerimônia de doação ao MAST da Pêndula Mestra “Shortt”, em seguida, os participantes farão uma visita guiada pelo campus MAST/ON e participarão do Programa de Observação do Céu. O evento terá entrada gratuita e será transmitido ao vivo pelo site www.mast.br.
Estarão presentes na abertura do evento, Heloisa Maria Bertol Domingues, diretora do MAST, João Carlos Costa dos Anjos, diretor do Observatório Nacional, Carlos Oiti Berbert, Coordenador Geral das Unidades de Pesquisa do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (CGUP/MCTI), e Arquimedes Diógenes Ciloni, subsecretário da Coordenação das Unidades de Pesquisa (SCUP/MCTI).
Neste ano, a Hora Legal Brasileira (HLB) completou 100 anos da sua criação. Em 18 de junho de 1913, foi sancionado o Decreto nº 2.784, que estabeleceu a hora legal e o sistema de fusos horários. Na sua regulamentação, publicada no Decreto 10.546 naquele mesmo ano, foi atribuída ao ON a responsabilidade pela determinação, conservação e disseminação da hora. O "horário de Brasília" é, na verdade, gerado no Rio de Janeiro, no campus do ON, no Bairro Imperial de São Cristóvão, na zona norte da cidade.
Acompanhando a evolução técnico-científica, atualmente, a HLB é gerada no ON a partir de um conjunto de nove relógios atômicos de alta precisão, que somente serão corrigidos em um segundo a cada 10 milhões de anos. O sinal da HLB gerado no ON é disseminado para empresas, órgãos públicos e para toda a sociedade, por meio da rede de sincronismo, da internet e do serviço telefônico (21) 2580-6037.
A Divisão Serviço da Hora (DSHO) do ON, conforme Legislação Brasileira, é a única instituição legalmente designada para gerar, conservar e disseminar a Hora Legal Brasileira (HLB), bem como realizar Pesquisa e Desenvolvimento no campo da metrologia de tempo e frequência. A partir de novembro de 1983, por designação do INMETRO, a DSHO passou a desempenhar a função de Laboratório Primário de Tempo e Frequência (LPTF).
Resumos das palestras:
10h30 – Sessão I
Mediadora: Lucia Lino (Coordenadora de Documentação e Arquivo/MAST)
Passado, Presente e Futuro | Dr. Ricardo Jose de Carvalho (DSHO/ON)
O Brasil, nos últimos 10 anos, vem investindo no aperfeiçoamento da geração, conservação e disseminação da sua Hora Oficial para todo o seu território. Nesta palestra, mostraremos os investimentos que foram feitos e os que ainda estão em curso para que a sociedade brasileira possa dispor da Hora Legal Brasileira com cada vez mais qualidade e confiabilidade. Falaremos sobre o futuro da Hora Legal Brasileira com a redefinição óptica do segundo.
Preservação e Memória da Hora Legal Brasileira: desafios e dilemas na organização do acervo da Divisão Serviço da Hora (DSHO) | Dra. Selma Junqueira e Tatiane Lopes (DSHO/ON)
O objetivo dessa comunicação é apresentar os resultados da organização e pesquisa do acervo do Fundo da Hora Legal Brasileira (FHLB), iniciado em 2010, para a preservação da memória e de fontes históricas, cujos objetivos finais são disponibilizar o acesso a documentação, desenvolver pesquisas acadêmicas e publicar o inventário analítico.
O balanço das horas | Prof. Jair Barroso Junior (ON)
São considerados alguns pontos importantes na história do Serviço da Hora (inclusive retroagindo aquém de 1913) e feitas tentativas de enriquecê-la com estórias vivenciadas pelo apresentador envolvendo aspectos julgados importantes para entendê-la melhor. Nessas narrativas (curtas) são destacados fatos positivos, quando política institucional e condições profissionais e instrumentais se combinaram no bom sentido (a maior parte das vezes), mas há também negativos, geradores de incômodas turbulências.
14h - Sessão II
Mediadora: Dra. Marta de Almeida (Coordenadora de História da Ciência/MAST)
A participação brasileira no Congresso de Washington em 1884 | Dra. Moema Vergara (CHC/MAST)
Esta comunicação tem por objetivo analisar a Conferência Internacional do Meridiano Zero, ocorrida em Washington em 1884. Nela, podem-se ver com clareza os embates de nações imperialistas como França e Inglaterra levando suas disputas também para a arena da ciência, como o caso da definição do meridiano inicial. O Brasil teve significante participação no evento, na figura de Luiz Cruls, então diretor do Imperial Observatório e lá foi escolhido para ser um dos secretários da Conferência.
A Procura do Tempo Perdido | Ana Maria Ribeiro de Andrade (CHC/MAST)
No início da década de 1950, o CNPq concedeu auxílios para o Observatório Nacional adquirir equipamentos para o Serviço da Hora e bolsas para técnicos encarregados da montagem e treinamento. Com a mesma finalidade, a UNESCO concedeu bolsa a engenheiro brasileiro e o Observatoire de Paris (onde funcionava o Bureau International de l`Heure) conduziu o processo decisório da tecnologia para o Brasil. Além de favorecer empresas francesas, durante a Guerra Fria a instituição esteve envolvida com o desenvolvimento de pesquisas militares para as quais necessitava de medidas astronômicas sobre a variação da rotação da Terra obtidas em outros países. Assim, quando o relógio de quartzo foi introduzido no Serviço da Hora, a França e os Estados Unidos já utilizavam os relógios atômicos!
A Medição do Tempo na Coleção do MAST | Dr. Marcio Rangel (CMU/MAST)