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SNCT agita a zona oeste
Nada de quadro negro, livros complicados ou aulas no formato clássico. Ao som de Yellow Submarine, dos Beatles, com a banda da Escola Municipal Alba Cañizares do Nascimento, foi dado início, nesta terça feira, 16 de outubro, às atividades da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) no Centro Esportivo Miécimo da Silva, em Campo Grande. A SNCT na Zona Oeste vai até 19 de outubro e todas as suas atividades são gratuitas.
A abertura do evento foi marcada por muita música e animação das mais de 40 instituições presentes. Além da banda de Alba Cañirazes, a Orquestra Infanto Juvenil das Comunidades Pacificadas também apresentou seus afinados músicos mirins. Tudo sob os olhares (e ouvidos) atentos dos visitantes das exposições dos projetos científicos e tecnológicos, focados no tema “Economia verde, sustentabilidade e erradicação da pobreza”.
Nesse clima de festa, a Comissão Organizadora do Pólo Miécimo, formada por 5 instituições – Universidade Estadual da Zona Oeste (UEZO), Instituto Embratel, 9º Coordenadoria de Educação e 9º Coordenadoria de Assistência Social -, comemora o sucesso do primeiro dia do evento. Afinal, foi com muita luta que a Zona Oeste entrou com força total e melhor infraestrutura no calendário da SNCT.
Joselia Bento, da 9º Coordenadoria de Educação, conta um pouco da história da SNCT na Zona Oeste: “Esse evento tem uma história linda. Ele sempre aconteceu em espaços abertos, como praças. Mas não tínhamos infraestrutura e contávamos mesmo com a boa vontade e comprometimento dos profissionais. O projeto foi criando corpo e fomos conquistando parceiros. Hoje estamos dentro desse espaço, o Centro Esportivo Miécimo, que é protegido pelo tempo”.
Quem caminha pelos mais de 2 mil metros quadrados repleto de atividades simultâneas logo percebe que esse é um trabalho de muitas “mãos”, que amam o que fazem e que lutam pela popularização do acesso à ciência e tecnologia. “O diferencial do Pólo Miécimo é que a gente trabalha em equipe. Na verdade a gente não quer um trabalho pontual, apenas um evento. A gente quer construir algo sólido. Daqui nascem parcerias, trabalhos em conjunto. A própria UEZO tem uma parceria com a Fiocruz que nasceu na SNCT do ano passado. Aqui é um espaço para quem quer integrar e realmente conhecer o que está acontecendo na sua região, na Zona Oeste”, explica Ida Carolina, uma das coordenadoras da Comissão, ligada à UEZO.
Hoje, a SNCT na Zona Oeste está em sua 7º edição. E a garantia de que o pólo está mais do que dando certo fica por conta da empolgação das crianças que a cada minuto gritam um “já vi isso no livro” ou “já estudei isso na escola”. Esse é o diferencial da SNCT da Zona Oeste: o visitante se depara com ciência e tecnologia em formatos interativos, seja por jogos, “contação” de histórias e até a experiência única de tocar e olhar aparatos científicos, como microscópios.
E quem pensa que é só o visitante da SNCT que sai ganhando, se engana. A dedicação das escolas que expõem os projetos, em sua maioria públicas, impressiona. Milca da Silva, coordenadora pedagógica da Escola Municipal Alba Cañizares do Nascimento acredita que a SNCT valoriza a autoestima dos alunos que se apresentam. “É uma oportunidade única de sair do mundo da escola e da comunidade. Para os alunos, é um desafio, porque eles têm que provar desenvoltura”, revela.
Para Denise Verly, aluna do Ensino Médio da FAETEC de Santa Cruz, a chance de apresentar uma pesquisa na SNCT é o início de uma carreira. “A gente trabalha o tempo todo com análise. É importante para a nossa vida acadêmica estar em um evento como esse”, alegra-se. A estudante apresentou um parecer sobre a potabilidade da água do Rio Cabuçu e mostra-se integrada com problemas da Zona Oeste.
Programação da SNCT vai até domingo
No Pólo Miécimo, as atividades acontecem até o dia 19, quinta feira. Quem for no dia 18, pela manhã, poderá assistir ao documentário “O veneno está na mesa”, de Sílvio Tendler, seguido de debate. O Planetário Digital Inflável, com apresentações sobre o Sistema Solar a cada 30 minutos, também ficará disponível durante todo o evento.
Para quem mora na região ou deseja se familiarizar com os problemas e as soluções criativas e sustentáveis da Zona Oeste não pode perder essa grande exposição de ciência e tecnologia.
Mas a SNCT no Rio de Janeiro não para por aí. A Fundação Planetário, Quinta da Boa Vista e Jardim Botânico também fazem parte dos Pólos de Eventos Integrados da SNCT Rio.
Douglas Falcão, coordenador de educação em ciência do Museu de Astronomia (MAST) e coordenador geral dos eventos integrados do Rio, pontua que a SNCT já conta com mais de 600 cidades participantes no Brasil. “Até semana passada eram 16 mil atividades cadastradas só na cidade do Rio de Janeiro”, conta o coordenador. E você? Vai ficar de fora dessa?