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Pesquisadora de Portugal está no MAST desenvolvendo projetos de Museologia
A parceria entre o Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) e o Museu de Ciência da Universidade de Lisboa (MCUL) vem de longa data e mostra-se cada vez mais produtiva. Desde 1998, o MAST tem desenvolvidos trabalhos com Marta Lourenço, pesquisadora do MCUL. Neste mês de setembro, a colaboração de Marta tem sido presencial; a convite da Coordenação de Museologia do MAST, a pesquisadora portuguesa está no Rio de Janeiro desde o dia 19 – e ficará até 15 de outubro para acompanhar o XXXI Simpósio Internacional da Comissão de Instrumentos Científicos (SIC).
“A minha relação com o MAST envolve muitas vertentes de trocas profissionais e científicas sobre coleções, museologia e cultura material da ciência. Finalmente, e concretamente este ano, venho participar ativamente na Conferência Anual do SIC, a maior organização mundial da área, que vem pela primeira vez à América do Sul. De resto, a minha vinda já tardava, porque o trabalho do MAST – quer localmente, quer ao nível do patrimônio da C&T no Brasil – é conhecido internacionalmente”, justifica Lourenço.
Desde 2006, a pesquisadora desenvolve, em parceria com Marcus Granato, coordenador de Museologia do MAST, o projeto Thesaurus de Acervos Científicos em Língua Portuguesa, que tem como objetivo criar um instrumento sistemático de referência para o controle e uniformização terminológica de coleções de instrumentos científicos em língua portuguesa. O projeto está concluindo sua primeira fase – de disponibilização online – e discutindo opções relativas à validação e mecanismos de entrada futura de novos termos.
Outro projeto do MAST no qual Marta Lourenço está envolvida é o Valorização do Patrimônio Científico e Tecnológico Brasileiro, que tem como proposta pesquisar objetos de ciência e tecnologia no Brasil, com vistas a delimitar as formas de proteção e estabelecer um panorama sobre esses objetos. Com os estudos, busca-se produzir um instrumento de proteção específico que possa auxiliar o processo de preservação dos acervos, além de um primeiro inventário nacional.
“Ambos são projetos de grande fôlego, de arquitetura complexa e muito exigentes do ponto de vista da coordenação. São também projetos inovadores: tirando o Brasil (MAST) e Portugal (MCUL), este tipo de iniciativa não é desenvolvido por nenhuma outra instituição museológica em nenhuma parte do mundo. Os dois trabalhos envolvem dezenas de pessoas e vão demorar a dar frutos significativos. É preciso continuar a trabalhar, envolver mais instituições e, eventualmente, mais países”, elucida a portuguesa.
O sucesso dos trabalhos em conjunto é creditado à competência dos profissionais envolvidos e, também, à singularidade das instituições parceiras, que atuam sobre uma matéria em comum e buscam o desenvolvimento conjunto da área, conforme analisa a pesquisadora:
“Tive o privilégio de acompanhar o MAST em diversos momentos da sua consolidação nacional e internacional nas suas áreas de especialidade – Museologia, Educação e História da Ciência. Então, posso afirmar que, em diversos aspectos, ele é uma instituição semelhante ao meu próprio Museu, que tem sofrido grandes mudanças nos últimos anos. Apesar de serem museus de âmbito restrito – como são todos os de natureza científica – e de enfrentarem alguma dificuldade em afirmar-se nos panoramas museológicos dos respectivos países, o MAST e o MCUL têm conseguido, através da singularidade dos seus acervos, do valor da documentação e patrimônio edificado associados, da qualidade do trabalho e da internacionalização, afirmarem-se como museus de referência a nível nacional e internacional”.
Nesta quarta-feira, Marta Lourenço realiza mesa redonda no MAST
Na próxima quarta-feira, 03 de outubro, Marta Lourenço, juntamente com outros dois pesquisadores da Universidade de Lisboa – Samuel Gessner e David Felismino –, apresentará no MAST a mesa-redonda "Os Instrumentos Científicos da Biblioteca de D. João VI no Paço da Cidade, Rio de Janeiro (1810-1821): Resultados recentes, questões metodológicas e perspectivas de pesquisa futura".
No início de seu desenvolvimento, esse projeto havia sido apresentado no MAST. Agora, os pesquisadores trazem alguns resultados do estudo, sobretudo respeitantes ao Brasil. A apresentação antecipa o que será a mostrado no XXXI SIC, enriquecida com alguns aspectos metodológicos sobre história de coleções.
Organizada pelo Grupo de Pesquisas em Preservação de Acervos Culturais, a mesa-redonda ocorrerá a partir das 14h30, no auditório do Museu – Rua General Bruce, 586, Bairro Imperial de São Cristóvão. A entrada é gratuita. Os interessados ainda podem acompanhar as discussões pela internet em tempo real através do site do MAST.