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O papel dos engenheiros na construção da nação
Nesta quarta-feira, 24 de outubro, às 14h, o Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) promove um debate sobre o papel dos engenheiros na construção da nação, durante a realização da mesa-redonda de mesmo nome. A ocasião é oportuna, uma vez que, neste momento, o MAST promoverá o lançamento de dois inventários de seu Arquivo de História da Ciência: o de Luiz Cantanhede e de seu filho Octávio Cantanhede, ambos engenheiros, com trajetória de sucesso.
Para debater sobre o assunto, estarão presentes Ângela Tâmega Menezes de Cantanhede, esposa de Octávio e doadora dos arquivos, Raymundo de Oliveira, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Helói José Fernandes Moreira, superintendente do Museu da Escola Politécnica. A primeira conferencista falará sobre a importância dos engenheiros no século XX, o professor da UFRJ, por sua vez, discorrerá sobre os aspectos memorialistas em relação ao papel de Octávio Cantanhede como engenheiro e professor. Helói destacará o papel da Escola Politécnica do Rio de Janeiro na formação dos engenheiros brasileiros. O evento acontecerá no auditório do prédio anexo do MAST, destinado a todos os interessados, com entrada gratuita. O MAST está localizado na Rua General Bruce, 586, Bairro Imperial de São Cristóvão.
Os inventários
Octávio Cantanhede
O Arquivo de Octávio Cantanhede destaca aspectos de sua vida pessoal e profissional no âmbito das esferas pública e privada, na Escola Politécnica e na Escola Fluminense de Engenharia e torna pública uma documentação que reflete não apenas a trajetória do engenheiro e professor, mas também sua atuação como um pensador da engenharia e suas intervenções para a melhoria dessa área.
Nascido em 30 de abril de 1913, no Rio de Janeiro, Octávio se formou na Escola Politécnica em Engenharia Geográfica, em 1932, e em Engenharia Civil, em 1935. Ao se formar, trabalhou na Divisão Técnica da companhia Estrada de Ferro Central do Brasil e completou o curso de Topografia. Em 1941, tornou-se o mais jovem professor catedrático de Topografia da Escola Politécnica, onde lecionou até 1973.
Em 1945 foi nomeado diretor da Escola Politécnica e, a partir de 1951, foi um dos organizadores da Escola Fluminense de Engenharia, hoje integrante da Universidade Federal Fluminense. Foi presidente do Clube de Engenharia, do Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura, bem como do CREA-RJ.
Luiz Cantanhede
Com um acervo composto principalmente por documentos textuais, o Arquivo de Luiz Cantanhede, por sua vez, pai de Octávio, registra a trajetória deste engenheiro, professor e diretor da Escola Politécnica do Rio de Janeiro, dando uma importante contribuição para o conhecimento da área de Engenharia, em que Luiz desenvolveu projetos e atividades no âmbito público e privado, principalmente na área de Topografia e atividades docentes.
Nascido em 18 de agosto de 1876, também no Rio de Janeiro, Luiz Cantanhede ingressou na Escola Politécnica da cidade em 1896, onde se diplomou engenheiro civil, trabalhando como professor de 1909 a 1937, quando assumiu a direção da Escola Nacional de Engenharia, a antiga Politécnica. Desde o início de sua carreira, conciliou as atividades docentes com a atuação no setor privado: diretor da fábrica de fósforos Serra do Mar; representante da Empresa Fluminense de Força e Luz em Barra do Piraí e Vassouras; presidente da Companhia Cantareira de Barcas; e representante da empresa The Great Western of Brazil Railway junto ao governo federal.
“Com a documentação dos arquivos dos engenheiros Luiz e Octávio Cantanhede, assim como de muitos outros cientistas, o Arquivo de História da Ciência do MAST mantém o compromisso de promover ações estratégicas no sentido da preservação da memória da ciência no Brasil”, justifica Lúcia Lino, coordenadora de Documentação e Arquivo do Museu.