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QUERO-QUERO CIÊNCIA: O passado, presente e futuro da genômica e da bioinformática: Uma pesquisa com cientistas brasileiros
O artigo, que conta com a participação da pesquisadora Ana Tereza R. de Vasconcelos, coordenadora do Laboratório de Bioinformática(LABINFO-LNCC), traz como proposta investigar (...) “a percepção dos especialistas do passado, presente e futuro da genômica e bioinformática no brasil. A abordagem adotada para atingir esse objetivo foi reunir e avaliar as percepções dos profissionais brasileiros trabalhando no campo.” E, com isso, apresentar informações importantes sobre “desafios, conquistas e relevância dessa área de pesquisa.”
A equipe do Serviço de Comunicação Institucional do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) entrevistou a pesquisadora Ana Tereza R. de Vasconcelos (LABINFO-LNCC) e uma das autoras do artigo, para conferir a sua participação no estudo e conhecer um pouco mais sobre a pesquisa realizada. Acompanhe.
O artigo contou com pesquisadores(as) brasileiros(as) que atuam em diversas instituições nacionais e estrangeiras, conte-nos um pouco sobre a motivação para a realização do estudo.
O estudo foi resultado de uma pesquisa realizada em colaboração com o Instituto Nacional de Comunicação da Ciência e Tecnologia (INCT-CPCT), coordenado pela pesquisadora Luísa Massarani, sediado na Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz). Em 2020 comemorou-se os 20 anos da Genômica e da Bioinformática no Brasil, e em abril daquele ano seria realizado um workshop presencial no LNCC, porém em virtude da pandemia ocorreu na modalidade virtual e contou com a colaboração da Sociedade Brasileira de Genética.
Nesse evento foram especialmente celebrados: o início do projeto de genoma brasileiro que teve a participação ativa do LNCC juntamente com uma rede de 25 laboratórios distribuídos pelo país, que proporcionou formação de diversos pesquisadores na área de Genômica e bioinformática. E, também, a publicação do artigo do genoma da Xylella fastidiosa, com financiamento da FAPESP somente com a participação de pesquisadores do Estado de São Paulo.
O genoma brasileiro foi financiado contando com o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações através do CNPq. Esse foi um marco importante para expandir as pesquisas nesta área para todas as regiões do país, uma vez que a área de Bioinformática é nova não só no Brasil, mas no mundo inteiro.
Assim, convidamos os pesquisadores e alunos para participar do estudo, e que ao responder um questionário disponibilizado, ajudaram a formar um retrato de sua percepção de como está a área de Bioinformática. O que se desejou com o estudo e a participação dos profissionais da área de genômica e bioinformática foi ter informações e respostas do que as pessoas acham da área, de como ela está sendo desenvolvida no Brasil, quais são os gargalos, as necessidades para o futuro, não só na parte de material de consumo, equipamentos; mas, principalmente, na parte de capacitação de recursos humanos.
Os pesquisadores que participaram do estudo consideraram a resposta muito boa, pois foram apontados vários pontos e áreas que devem ser melhoradas. Isso tudo, será utilizado como elementos para formação de políticas públicas junto às agências de fomento e órgãos competentes para incentivar o crescimento dessa área do conhecimento.
Para saber mais: https://bioinfo.imd.ufrn.br/genobio20/
Qual é o benefício da Bioinformática e do campo da Genômica para o meio científico e a sociedade?
O benefício da Genômica e a Bioinformática pode ser percebido agora nos tempos de pandemia. Sendo áreas capazes de decodificar o código genético do SARS-CoV-2, permitem rapidamente a identificação das mutações e variações genéticas. Podemos fazer isso estudando o genoma de qualquer vírus ou bactéria, ser humano, qualquer ser vivo. E a área do conhecimento que possibilita que tudo isso seja viável é a Bioinformática, que com o desenvolvimento de softwares, as metodologias computacionais e matemáticas auxiliam na extração das informações que estão escritas no código genético.
Como mencionado no estudo, apenas “28% dos pesquisadores em STEM (sigla em inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) no mundo são do sexo feminino (Unesco, 2018). Verificou-se que no campo da Genômica e Bioinformática “há um equilíbrio dos sexos dos profissionais participantes”. O que pode ter favorecido esse equilíbrio?
Por ser uma área multidisciplinar e recente, que envolve pesquisadores da área de biologia, computação e matemática, esse perfil equilibrado e misto tem a combinação das características de maior procura pelas áreas envolvidas (de biologia e/ou ciências da vida por mulheres e computação, STEM, mais pelo sexo oposto, e a crescente participação também por mulheres).
Acesse o artigo: https://www.scielo.br/j/gmb/a/nGS4Pmy5bxRw8yZc5HpfK7w/?lang=en
Autores: Mariana Rocha¹ , Luisa Massarani² , Sandro José de Souza345 and Ana Tereza R. de Vasconcelos6
¹Technological University Dublin, School of Computer Science, Dublin, Ireland; ²Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Nacional de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia, Rio de Janeiro, RJ, Brazil. ³Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Instituto do Cérebro, Natal, RN, Brazil. 4Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro Multiusuário de Bioinformática, Natal, RN, Brazil. 5 Sichuan University, Institutes of Systems Genetics, West China Hospital, Chengdu, China. 6 Laboratório Nacional de Computação Científica, Laboratório de Bioinformática, Petrópolis, RJ, Brazil.
O Laboratório de Bioinformática desenvolve pesquisa em Bioinformática e Biologia Computacional utilizando a infraestrutura de processamento do LNCC, incluindo o Supercomputador Santos Dumont.
Está associado à Unidade de Genômica Computacional “Darcy Fontoura de Almeida” (UGCDFA), uma facility de sequenciamento de última geração.
Utiliza técnicas de Computação de Alto Desempenho e de metodologias nas áreas de Inteligência Artificial e Big Data que permite maior agilidade no processamento e análise dos dados gerados.
Com experiência em Genômica, transcritômica, metagenômica, exoma, filogenômica, e pequenos RNAs desenvolve pesquisa nas áreas de saúde humana, animal, vegetal e em aplicações biotecnológicas.
Desde 2020, o LABINFO tem atuado no enfrentamento da pandemia da COVID-19. Os estudos de sequenciamento e análise de genoma do vírus e de amostras de pacientes acometidos pela COVID-19 estão sendo realizados em colaboração com instituições nacionais com as quais tem diferentes projetos aprovados.
Sobre o LABINFO: https://www.labinfo.lncc.br/#/
Créditos
Texto por Anmily Paula Martins (SECIN-LNCC) com a participação da pesquisadora Ana Tereza R. de Vasconcelos (LABINFO-LNCC)
Colaboração: Tathiana Tapajós (SECIN-LNCC) e Graziele Soares(SECIN-LNCC)
O Quero-Quero Ciência é um ciclo de entrevistas que faz parte das ações de divulgação científica do LNCC
Curiosidade: O pássaro Quero-Quero, ave da família dos Charadriidae, tem os gramados do campus do LNCC como habitat natural
Serviço de Comunicação Institucional
secin@lncc.br