Notícias
QUERO-QUERO CIÊNCIA. Inovação Tecnológica: Ciência e Empreendedorismo
Em momentos de crise, a inovação e as descobertas científicas e/ou tecnológicas podem auxiliar na resposta de questões sensíveis e complexas para a sociedade, transformando em produtos e serviços, como visto na produção de vacinas ou no desenvolvimento de protótipos de próteses robóticas, por exemplo.
Essas tecnologias chamam a atenção da indústria. Pesquisa, desenvolvimento e inovação requerem investimento. São instrumentos para melhorar a qualidade de vida, proporcionar o desenvolvimento econômico e social, além de estimular caminhos para se estabelecer independência e fortalecer a soberania dos países em desenvolvimento frente ao primeiro mundo.
Além do financiamento público, imprescindível para o desenvolvimento científico e tecnológico, o empreendedorismo científico vem se tornando uma forte iniciativa para a captação de recursos privados, estimulando a integração entre ciência, tecnologia, inovação e o mercado.
Como contribuição a essa integração surgem a Incubadora de Empresas de Base Tecnológica e o Núcleo de Inovação Tecnológica no âmbito do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).
Sobre a importância de uma Incubadora de Empresas de Base Tecnológica e o papel do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) para o empreendedorismo científico, vimos que “a incubadora de empresas e o NIT são atores que podem articular ações efetivas para proteger os resultados de projetos de pesquisa e transformar produtos e serviços em inovação a serem ofertados pela indústria”, conforme estudo realizado e publicado no artigo Potencial de Inovação do Laboratório Nacional de Computação Científica, tendo Flávio Toledo (INCUBADORA-LNCC) como um dos autores.
A equipe do Serviço de Comunicação Institucional do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) entrevistou o Analista em C&T Marcelo Mendes da INCUBADORA da instituição, especialista em empreendedorismo científico, para conhecer um pouco mais sobre um dos campos de atuação do LNCC e as pesquisas realizadas nessa área. Confira!
A Incubadora do LNCC tem por missão “tirar projetos do papel e transformar conhecimentos em novos produtos, serviços e processos. Incentiva a inovação tecnológica e a transferência de tecnologia, inserindo seus projetos inovadores no mercado nacional e internacional”, além disso, possui certificações CERNE e CATI. Qual o diferencial em ter essas certificações?
A Certificação CERNE - Centro de Referência para Apoio a Novos Empreendimentos - é uma metodologia de trabalho promovida pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) em parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). O CERNE é uma plataforma de trabalho que visa promover a melhoria expressiva nos resultados das incubadoras, de forma a ampliar a sua capacidade em gerar, sistematicamente, empreendimentos inovadores bem-sucedidos.
A equipe da Incubadora LNCC está em processo contínuo de evolução, buscando a excelência em serviços para as empresas residentes em nossa Incubadora e que escolheram nosso ecossistema de inovação para desenvolver seus empreendimentos.
O CATI (Comitê da Área de Tecnologia da Informação) é o órgão do MCTI relacionado à gestão dos recursos destinados à atividade de pesquisa e desenvolvimento em tecnologia da informação. O CATI é o responsável pelo credenciamento de Institutos de Pesquisa para que sejam reconhecidos como aptos a receberem recursos de empresas que invistam em atividades de Pesquisa e Desenvolvimento em tecnologias da informação.
As empresas que investirem nas instituições cadastradas pelo CATI poderão solicitar isenção ou redução de imposto sobre produtos industrializados - IPI para bens de informática e automação, nos termos previstos no Decreto nº 5.906/2006.
A Certificação CERNE trata de modelo de gestão enquanto o CATI aborda, dentre outras atribuições, a concessão de incentivos fiscais para empresas do setor de tecnologia, que tenham por prática investir em Pesquisa e Desenvolvimento.
No artigo, Gestão estratégica do conhecimento e mapeamento do potencial do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC-MCTI) na geração de inovação tecnológica, publicado nos anais da 26ª. Conferência da ANPROTEC, há a indicação de que existem projetos com potencial de inovação e oportunidades para incubação e captação de recursos. Esse seria um campo para fortalecimento da visão e de ações para estimular o cientista empreendedor?
A aplicação de resultados de projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD & I) em empreendimentos baseados em conhecimento científico e/ou tecnológico é mais um campo de atuação que se abre aos doutores e cientistas. As Fundações de Amparo à Pesquisa – FAP’s possuem importância fundamental para apoiar doutores através da concessão de Bolsas (Doutor Empreendedor e Iniciação Tecnológica) e auxílio financeiro para a criação de empreendimentos a partir das atividades de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação desenvolvidas ao longo de sua trajetória acadêmica. As Fundações contribuem para a interação Universidade-Empresa através do estímulo à transformação do conhecimento gerado nas Instituições Científico Tecnológicas (ICTs) em soluções inovadoras para o mercado e para a sociedade de forma ampla.
Para participar desse programa, os pesquisadores doutores precisam se instalar em algum ambiente promotor de empreendimentos inovadores do Estado do Rio de Janeiro, ou seja, organizações, programas ou iniciativas de apoio ao desenvolvimento de empresas nascentes de base tecnológica. A Incubadora LNCC é um desses ambientes e possui cientistas empreendedores recebendo bolsa da FAPERJ para atuar em nossas empresas residentes.
Qual a importância de se estimular a proteção da propriedade intelectual da produção científica e tecnológica em unidades de pesquisa?
A proteção da propriedade intelectual garante o direito de propriedade e exclusividade ao titular da criação intelectual, permite o avanço da inovação e a divulgação dos conhecimentos, equilibrando os interesses do titular e resultando em benefícios para a sociedade. Dessa forma, a Propriedade Intelectual é estratégica no cenário globalizado e competitivo, no qual o conhecimento e a capacidade de inovar têm papel importante para o desenvolvimento de uma nação. Assim, é importante para as nações incentivar a cooperação entre a ICT e a empresa, para a realização de pesquisas e desenvolvimento tecnológico conjuntos, bem como dinamizar os processos de licenciamento e transferência de tecnologia.
Nesse sentido cabe às ICTs, por meio do NITs, estimularem a cultura da proteção da propriedade intelectual gerada na Instituição, podendo as mesmas atuarem em rede, aprimorando e avançando na gestão da propriedade intelectual. A Propriedade Intelectual é um fator estratégico para a inovação científica e tecnológica e, deve ser procurado continuamente a convergência dos setores público e empresarial, com o propósito de contribuir para o desenvolvimento científico, tecnológico e social do país, por meio de um processo contínuo com ações conjuntas e coordenadas.
Pode exemplificar quais são os registros de patentes e de softwares requeridos ao INPI pelo LNCC?
Dentre os registros de marcas, patentes e software registrados pelo LNCC no INPI podemos citar Dockthor Virtual Screening, o Sistema para treinamento de reanimação cardiorrespiratória e o Aplicativo de simulação numérica e modelagem de reservatórios de petróleo com efeitos de geomecânica, respectivamente. Existem também pedidos de patente em análise. A lista completa de ativos do LNCC pode ser consultada no site da Incubadora LNCC.
Pode citar exemplos de empreendedorismo científico e seus benefícios para a sociedade?
Um importante exemplo de empreendedorismo científico é o estímulo dado pela Universidade de Stanford/USA para o surgimento de empresas de tecnologia na região conhecida como Vale do Silício. A Universidade é uma das melhores do mundo, que forma brilhantes mentes para essa indústria. O conhecimento é o fator principal para o desenvolvimento da tecnologia e inovação e, nesse sentido, além de Stanford, algumas das principais instituições de ensino se encontram no Vale do Silício. Com esses centros de excelência formando mão de obra qualificada, diversos investidores e empreendedores migraram para essa região. Investir em pesquisa científica e inovações significa dar soluções práticas para as nossas necessidades. É viabilizar ideias, expandir oportunidades e garantir o futuro da humanidade.
Quais são os desafios do empreendedorismo científico no campo das inovações tecnológicas?
Um importante desafio para o empreendedorismo científico diz respeito ao fato que uma parcela significativa das tecnologias produzidas está em estágio inicial de desenvolvimento. Ou seja, há barreiras para que a pesquisa se transforme em soluções escaláveis e se transforme em um produto/serviço que pode ser comercializado no mercado.
Outro ponto relevante diz respeito aos custos altos para aquisição de equipamentos e outras necessidades relativas ao desenvolvimento das soluções; aspectos regulatórios que atrapalham o lançamento de produtos no mercado e a dificuldade em atrair investidores.
Saiba mais sobre a Incubadora do LNCC: http://www.incubadora.lncc.br/
Sobre Processo Seletivo de novos projetos: http://www.incubadora.lncc.br/selecao.html
Acesse os artigos mencionados: https://periodicos.ufba.br/index.php/nit/article/view/11576
https://pdfs.semanticscholar.org/0b64/8b486b343e62ba87224b890a4edf727bf7da.pdf
Créditos
Anmily Paula Martins (SECIN-LNCC) com a participação de Marcelo Luiz Mendes da Fonseca (INCUBADORA-LNCC) e colaboração de Graziele Soares(SECIN-LNCC) e Tathiana Tapajós (SECIN-LNCC)
O Quero-Quero Ciência é um ciclo de entrevistas que faz parte das ações de divulgação científica do LNCC
Curiosidade: O pássaro Quero-Quero, ave da família dos Charadriidae, tem os gramados do campus do LNCC como habitat natural
Serviço de Comunicação Institucional
secin@lncc.br