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Seminário “Amazônia e as seringueiras: de Adolpho Ducke a Chico Mendes” acontece nesta sexta (29) na ENBT
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No mês em que é comemorado o Dia da Amazônia (5/9), o Jardim Botânico do Rio de Janeiro promove o seminário “Amazônia e as seringueiras: de Adolpho Ducke a Chico Mendes”, nesta sexta-feira (29/9). O evento é gratuito, e será realizado no auditório da Escola Nacional de Botânica Tropical (ENBT/JBRJ), localizada na Rua Pacheco Leão, 2.040, Horto. Não é necessário fazer inscrição.
O seminário vai discutir as diferentes abordagens sobre as memórias e representações da Amazônia, além de diferentes aspectos de sua conservação. O evento começa às 9h15, e inclui também trilha guiada à região amazônica, no arboreto.
- Além de celebrar o legado de Chico Mendes, as seringueiras e as coleções de Adolpho Ducke no Jardim Botânico, também queremos mostrar as diferentes visões de conservação da Amazônia. Para isso, convidamos especialistas de diferentes áreas, em botânica, paisagismo, antropologia, história ambiental e ecologia – afirma a paisagista Ana Rosa de Oliveira, organizadora do seminário, junto com a pesquisadora Alda Heizer.
No Jardim Botânico do Rio, a chamada "região amazônica" possui uma das maiores coleções vivas do arboreto. O espaço é de grande relevância histórica, e abriga árvores monumentais e leguminosas introduzidas pelo naturalista Adolpho Ducke (1876-1959), após inúmeras viagens à Amazônia (1919 a 1928). Ducke foi chefe da seção de botânica do Jardim Botânico.
Segundo o pesquisador do Jardim Botânico Vidal Mansano, Adolpho Ducke teve papel muito importante para o conhecimento da Amazônia.
- Ducke teve formação inicial como entomólogo conhecedor das vespas, motivo que o trouxe ao Museu Goeldi, em 1899, mas logo começou a se dedicar à botânica, coletando inúmeras espécies até então desconhecidas pela ciência – destaca.
Em sua apresentação, a professora Ana Daou (UFRJ) vai destacar o artigo “Notas sobre a fitogeografia da Amazônia brasileira”, de Ducke e George Black, publicado em 1953. De acordo com ela, o texto condensa ricas e numerosas informações sobre a diversidade da flora hileana e expressa o profundo conhecimento do autor, que, por mais de 40 anos, se dedicou à pesquisa, com excursões de campo e levantamento de espécies.
- Um dos principais interesses do artigo diz respeito à distribuição da árvore da borracha, a hevea, gênero universal na Amazônia brasileira e para além das fronteiras. O artigo é uma referência para o conhecimento da fitogeografia da Amazônia e para as especificidades da distribuição da árvore, que fornecia a principal fonte de riqueza da região quando Ducke inicia suas atividades como pesquisador. Também fornece indicações preciosas para uma história ambiental ou para as características da paisagem hileana e dos usos de produtos florestais como o látex, na primeira metade do século XX – pontua.
Concebida por Ana Rosa de Oliveira, a trilha Amazônia e seringueiras no JBRJ: de Adolpho Ducke a Chico Mendes engloba a coleção histórica de plantas da Amazônia presentes na paisagem do Jardim Botânico do Rio, as seringueiras do arboreto e o Espaço Chico Mendes, revitalizado recentemente. O Espaço presta homenagem ao líder ambientalista, assassinado em 1988. Inaugurado pela ministra Marina Silva em sua primeira gestão, em 2003, visa preservar a memória da luta dos povos da Amazônia - seringueiros, indígenas, ribeirinhos. A área foi escolhida pela presença de seringueiras (Hevea brasiliensis) ali plantadas desde o início do século 20.
Programação do seminário
. 9h15: abertura
. 9h30 - 11h: Mesa1 – Memórias e representações da Amazônia
Mediação: Ana Rosa de Oliveira, paisagista do JBRJ
Ana Rosa de Oliveira (JBRJ) - A revitalização do Espaço Chico Mendes e da região amazônica no JBRJ
Ana Daou (UFRJ) - Adolpho Ducke, a Amazônia e as seringueiras
José Augusto Pádua (IH-UFRJ) - Sociedade e natureza na trajetória de Chico Mendes
. 11h30 - 12h30: Visita à trilha Amazônia e seringueiras no JBRJ: de Adolpho Ducke a Chico Mendes, no arboreto
. 14h30 - 16h: Mesa 2 - A conservação da Amazônia: três visões
Mediação: Vidal Mansano, pesquisador do JBRJ
Luiz Cancio (Floriverde Paisagismo) - Roberto Burle Marx e a expedição de 1983 à Amazônia
Vidal Mansano (JBRJ) - A contribuição de Adolpho Ducke para o conhecimento da Amazônia
Carine Ehmer (JBRJ/Instituto Juruá) - Sistemas socioecológicos na Amazônia