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Semana do bioma Amazônia é encerrada neste sábado (11) com pré-lançamento de jogo "A´pe-buese: aprender brincando"
A semana de atividades sobre o bioma Amazônia, promovida pelo Jardim Botânico do Rio, foi encerrada neste sábado (11) com o pré-lançamento do jogo de tabuleiro "A´pe-buese: aprender brincando". Conduzida por educadores do Serviço de Educação Ambiental do JBRJ, a atividade contou com a participação de crianças e jovens no Museu do Meio Ambiente do Jardim. Em seguida, o grupo fez uma visita à Região Amazônica, localizada no arboreto, que foi revitalizada.
O jogo aborda plantas e artefatos dos povos do Alto Rio Negro, contando um pouco da cultura, fauna e flora do bioma Amazônia a partir das coleções de artefatos e de plantas reunidos pelo naturalista inglês Richard Spruce no século 19. É também um dos produtos das pesquisas que vêm sendo desenvolvidas junto a pesquisadores indígenas e não indígenas no âmbito do projeto "Repatriamento digital de coleções bioculturais: conectando os conhecimentos científicos e indígenas na Amazônia", uma parceira entre o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, o Birkbeck - London University, o Instituto Socioambiental (ISA), a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), o Jardim Botânico Real de Kew, o Museu Britânico e o Museu Etnográfico de Berlim.
Também faz parte daquele projeto a publicação “A maloca entre artefatos e plantas - Guia da Coleção Rio Negro de Richard Spruce em Londres”, cujo pré-lançamento ocorreu nesta sexta-feira (11). A publicação retrata coleções de objetos feitos com matérias-primas provenientes de plantas e animais, coletados, no século 19, na Amazônia brasileira, e que hoje se encontram guardados em coleções científicas europeias. Trata-se de coleção representativa de artefatos, reunidos há 170 anos, pelo botânico viajante inglês Richard Spruce. Além disso, apresenta aspectos históricos, ambientais, botânicos e etnográficos da região do Alto Rio Negro, no Noroeste amazônico, também do século 19.
Durante a semana, o visitante também pode conhecer um acampamento botânico. Montado no corredor cultural, com equipamentos e utensílios que pesquisadores levam nas expedições, o acampamento reproduziu o trabalho de biólogos em campo. Pesquisadores mostraram, por exemplo, como é feita a coleta de amostras de plantas e a preparação do material a ser transportado e, posteriormente, estudado.
A série de atividades da semana do bioma Amazônia foi iniciada no último domingo (5) com a reabertura à visitação pública da cabana do pescador, uma reprodução das moradias tradicionais amazônicas. No seu interior, utensílios típicos ribeirinhos amazonenses podem ser observados pelo visitante, proporcionando uma experiência histórica, cultural e ambiental da região.
A Amazônia abriga a maior floresta tropical do mundo. Possui 14 mil espécies botânicas identificadas pela ciência, sendo 2.400 endêmicas. A área total do bioma é de 7 milhões de quilômetros quadrados. No Jardim Botânico do Rio, em uma área de enorme exuberância, cortada pelo Rio dos Macacos, a Região Amazônica inclui o lago, a cabana e a estátua do pescador. Espaço de grande relevância histórica, a área possui também uma das maiores coleções vivas dentro do arboreto. No local, há árvores monumentais e leguminosas introduzidas pelo naturalista Adolpho Ducke (1876-1959), após inúmeras viagens à Amazônia (1919 a 1928). Ducke foi chefe da seção de botânica do Jardim Botânico. Espécies como seringueira, sumaúma, pau-mulato, açaizeiro, andiroba e até o mogno e a castanheira, ameaçadas de extinção, estão na região, que recebeu novas placas de sinalização sobre o bioma e a gestão de recursos hídricos na Amazônia.
Foto: Federico Rossi