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Pesquisadores revelam novos detalhes sobre árvore endêmica do Brasil
A árvore na mata, suas folhas, flores, fruto e mapa da distribuição geográfica no Brasil
Pesquisadores do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ) fizeram descobertas sobre uma espécie endêmica do Brasil, a Quararibea floribunda (A.St.-Hil. & Naudin) K.Schum., popularmente conhecida como virote. O estudo, publicado recentemente na revista Nordic Journal of Botany, foi liderado por Carlos Ferreira, José Baumgratz e Massimo Bovini.
A pesquisa atualizou a taxonomia, distribuição geográfica e estado de conservação da Q. floribunda, espécie arbórea de grande porte, porém pouco estudada e com escasso conhecimento sobre sua biologia. Os pesquisadores descobriram que a espécie não é exclusiva do bioma Cerrado, como se acreditava anteriormente. As populações conhecidas neste bioma habitam ambientes úmidos, mais semelhantes à vegetação do bioma da Mata Atlântica do que às típicas florestas secas do Cerrado. Os estudos confirmaram que o virote também ocorre na Mata Atlântica.
Outra informação interessante descrita pelos pesquisadores foi o inesperado registro de beija-flores visitando as flores da espécie. Segundo Carlos, “embora este registro seja inédito para o gênero (Quararibea), ele não necessariamente indica que espécies de beija-flores sejam polinizadores do virote. As flores de Q. floribunda são brancas, pequenas, com odor semelhante ao de água sanitária e se abrem ao anoitecer, características que geralmente indicam a polinização por esfingídeos (mariposas) e não por beija-flores. Isso sugere que estas aves provavelmente são visitantes esporádicas.”
O estudo também reconheceu o status de conservação da espécie como vulnerável (VU), devido à perda de habitat, o que se dá especialmente no Cerrado, onde a espécie ocorre associada a afloramentos de calcário, que são altamente atrativos para as grandes mineradoras. Os autores afirmam que “a perda das poucas populações conhecidas nesse bioma (Cerrado) poderia impossibilitar a realização de futuros estudos ecológicos e genéticos, essenciais para entender a história evolutiva e a biologia da espécie.”
Para mais informações, consulte o artigo completo na Nordic Journal of Botany.