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Pesquisadores registram plantas ameaçadas em expedição científica à Serra da Chapadinha, Bahia
Entre 16 e 24 de maio de 2024, a equipe do CNCFlora/JBRJ embarcou em uma expedição à Serra da Chapadinha, na região da Chapada Diamantina, Bahia. O objetivo foi levantar informações sobre a biodiversidade de plantas ameaçadas de extinção na região, complementando os inventários florísticos e subsidiando o processo de criação de uma área protegida.
A Serra da Chapadinha, localizada entre Itaetê, Mucugê e Ibicoara, é uma área de transição (ecótono) fascinante entre Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica. Este local de alta relevância hídrica é uma das principais áreas de recarga dos mananciais que abastecem cerca de 60% da região metropolitana de Salvador. Abriga ainda elementos de destaque da geodiversidade da Chapada Diamantina e um patrimônio natural bem preservado, entre o Parque Nacional da Chapada Diamantina e o Parque Natural Municipal do Espalhado.
Dada a importância desses atributos, está em curso uma proposta de criação de uma Unidade de Conservação para proteger a Serra da Chapadinha. A missão dessa expedição foi identificar espécies ameaçadas e coletar informações valiosas sobre a flora, neste local que abriga formações vegetais únicas e ainda pouco conhecidas.
Durante a expedição, os pesquisadores exploraram locais como a Pedra do Caboclo, Mirante e Cânions de acesso à Cachoeira Encantada e a margem do Rio Jacuba. Coletaram mais de 260 amostras botânicas de 54 famílias diferentes, incluindo espécies raras como a paina-de-caboclo, Heterocoma erecta (Em perigo – EN), e Stachytarpheta radlkoferiana (Vulnerável - VU), além de diversas espécies de Fabaceae, Melastomataceae, Bromeliaceae e Cactaceae.
Os pesquisadores consideram que essa jornada foi crucial para a proteção da Serra da Chapadinha, evidenciando a necessidade de medidas de conservação eficazes, e destacam o valor dos colabores locais: "Agradecimentos especiais aos guias locais Jânio Souza Rocha, o popular "Feijão", e Robson Junior, à Alcione F. Corrêa e Marcos Fantini, que abriram as portas da Toca do Lobo, pelo apoio inestimável".
A expedição foi realizada como parte das atividades do Projeto Estratégias de Conservação, Restauração e Manejo para a Biodiversidade da Caatinga, Pampa e Pantanal (GEF Terrestre). O Projeto é financiado pelo GEF (Global Environment Facility Trust Fund), sob a coordenação do Ministério do Meio Ambiente, e tem como agência implementadora o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e executora o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio).