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PAN Hileia Baiana faz balanço de um ano das suas ações para conservação de árvores ameaçadas de extinção
Por Pollyanna Rodrigues
Nos últimos dias 6 e 7 de agosto, o Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), por meio do Núcleo Estratégias para Conservação da Flora Ameaçada de Extinção (NuEC) do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora), promoveu a 1ª Oficina de Monitoria do Plano de Ação Nacional para a Conservação de Árvores Ameaçadas de Extinção do Sul da Bahia – PAN Hileia Baiana. O evento, realizado na RPPN Estação Veracel em Porto Seguro, Bahia, contou com o apoio do Projeto Pró-Espécies: todos contra a extinção e da RPPN Estação Veracel.
A oficina teve como objetivo principal monitorar e avaliar o progresso das 31 ações de conservação previstas no PAN. Além disso, foram discutidos os obstáculos enfrentados e realizados os ajustes necessários para a implementação das estratégias estabelecidas. Essas oficinas, realizadas anualmente, são essenciais para garantir o sucesso do PAN.
O evento reuniu cerca de 36 participantes, entre membros do Grupo de Assessoramento Técnico (GAT) e colaboradores de diversas instituições, incluindo universidades, órgãos governamentais, empresas e ONGs, como Conservação Internacional (CI-Brasil), Fórum Florestal da Bahia, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) – Parques Nacionais do Alto Cariri, Descobrimento, Monte Pascoal e Pau Brasil), Instituto Federal Baiano (IF Baiano), Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA-BA), Movimento de Defesa de Porto Seguro (MDPS), Programa Arboretum de Conservação e Restauração da Diversidade Florestal, Secretaria do Meio Ambiente do Estado da Bahia (SEMA-BA), RPPN Estação Veracel, RPPN Rio do Brasil, Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), e a equipe do NuEC/CNCFlora/JBRJ.
Marcio Verdi, Coordenador do PAN Hileia Baiana e do NuEC/CNCFlora/JBRJ, destacou a importância do encontro presencial para fortalecer a cooperação entre os colaboradores. “Nós elaboramos o PAN em encontros virtuais, que têm suas vantagens, mas reunir presencialmente as pessoas envolvidas no plano é muito importante para criar um vínculo mais forte e promover uma troca de experiências mais rica,” afirmou Verdi.
Durante a oficina, foram apresentados avanços significativos em ações de restauração de ecossistemas, pagamento por serviços ambientais, estudos de genética de populações e inventários das espécies nas Unidades de Conservação. Os resultados mostram que 55% das ações estão em andamento, 19% enfrentam problemas na execução, 16% ainda não começaram como planejado e 10% estão previstas para iniciar futuramente. Houve a exclusão de uma ação e a inclusão de duas novas, visando alcançar os objetivos do PAN. Os resultados reforçam o comprometimento de todos os envolvidos na conservação das árvores ameaçadas na Hileia Baiana.A oficina também marcou o lançamento oficial do livro do PAN Hileia Baiana. A publicação oferece uma visão geral do plano, apresentando informações sobre o território, as espécies-alvo, as principais ameaças à flora e as áreas prioritárias para ações de conservação, restauração e pesquisa. Marcio Verdi apresentou a publicação, ressaltando sua importância como ferramenta de divulgação e fortalecimento das ações de conservação.
O PAN Hileia Baiana representa um esforço coletivo e contínuo para conservar a rica biodiversidade do Sul da Bahia, visando à sobrevivência de espécies que estão sob ameaça e promovendo um futuro sustentável para a região.
PAN Hileia Baiana
Em vigor há um ano, o Plano de Ação Nacional para a Conservação de Árvores Ameaçadas de Extinção do Sul da Bahia – PAN Hileia Baiana, oficializado na Portaria JBRJ nº 23, de 16 de agosto de 2023, tem como objetivo “aumentar, em 5 anos, a conservação e o conhecimento das espécies-alvo e dos seus ambientes com o engajamento de diversos atores sociais conectados à Hileia Baiana”. O plano terá vigência até 2028.
Para atingir esse objetivo, o PAN estabelece ações prioritárias para a conservação de 221 espécies de plantas ameaçadas de extinção. Destas, 21 espécies estão como Criticamente em perigo (CR), 149 como Em perigo (EN) e 51 como Vulnerável (VU). Além dessas, o plano também beneficia 216 espécies ameaçadas não arbóreas e aquelas classificadas como Quase ameaçada (NT) e com Dados insuficientes (DD). As ações abrangem temas como Pesquisa e Monitoramento, Capacitação e Comunicação, Manejo e Conservação, e Políticas Públicas.
A coordenação do PAN Hileia Baiana é responsabilidade do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), por meio da Coordenação de Projeto Núcleo Estratégias para a Conservação da Flora Ameaçada de Extinção (NuEC) do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora). O monitoramento e acompanhamento do plano é realizado pelo Grupo de Assessoramento Técnico (GAT), enquanto a execução das ações de conservação envolve mais de 110 colaboradores de instituições de distintos setores da sociedade.