Notícias
Orquidário do Jardim Botânico do Rio reabre à visitação pública em 1º de maio
O Orquidário do Jardim Botânico do Rio de Janeiro será reaberto à visitação pública no próximo dia 1º maio, às 10h. Um dos pontos do JBRJ mais visitados pelo público, a estufa de vidro, que se encontrava fechada à visitação pública há dois anos, passou por reformas, incluindo a restauração do telhado, impermeabilização e pintura das estruturas, entre outros. O evento de reabertura contará com a apresentação do vibrafonista e compositor Arthur Dutra e do saxofonista Afonso Claudio. Dutra já participou de álbuns de diversos artistas da MPB, como Lenine, Paulinho Moska, Roberta Sá, Vanessa da Mata, entre outros.
Os visitantes poderão apreciar novamente a beleza de parte do acervo, que conta, atualmente, com cerca de 7.500 orquídeas de variadas origens, entre nativas, exóticas e híbridos, e suas flores deslumbrantes, com diversidade de cores, formas, tamanhos e aromas.
O Orquidário do Jardim Botânico do Rio de Janeiro é uma das joias da instituição, com enormes beleza e valor histórico e científico. É um dos pontos mais visitados pelo público, e o restauro foi acompanhado de perto por toda a equipe técnica para que o resultado fosse primoroso – afirma a presidente do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Ana Lúcia Santoro.
A estufa de vidro é um espaço multifuncional. Além de educador, é também de cultivo e deleite visual e olfativo. O local conta com placas interpretativas, que ajudam o visitante a aprender sobre as orquídeas e sua grande diversidade de espécies brasileiras, estrangeiras e híbridos.
No setor das micro-orquídeas, uma lupa estará disponível para o público apreciar a delicadeza das flores minúsculas, cujo tamanho varia de 2 milímetros a 1 centímetro. Já no “jardim dos sentidos” , os visitantes poderão tocar nas plantas para sentir as diferentes texturas de flores e de folhas. Nele, três sentidos podem ser explorados.
A visão é estimulada pelas mais bonitas flores ou aquelas que chamam a atenção pela aparência incomum, lembrando insetos como as mariposas, além de outras que não se assemelham às orquídeas tradicionais.
Pelo tato, pode-se perceber as diversas texturas das folhas. O sentido do olfato é estimulado pelos aromas agradáveis ou mesmo desagradáveis, como as da espécie Oncidium Sharry Baby , que tem um doce aroma de chocolate. O visitante também poderá conhecer a Vanilla , a orquídea que tem o maior emprego na culinária.
O paisagismo é apresentado em jardins suspensos. A organização das plantas é planejada com a finalidade de promover uma floração sucessiva ao longo das estações, possibilitando ao público aproveitar a diversidade de flores, cores e odores durante todo o ano. Nem todas estarão floridas ao mesmo tempo, uma vez que cada uma tem a sua época. No entanto, durante todo o ano, as diversas florações vão se suceder, como ocorre na natureza.
O Jardim Botânico do Rio de Janeiro apresenta uma significativa coleção botânica de orquídeas nativas do Brasil. Há também de outros países da América Tropical, Ásia e África, oferecendo um vasto panorama da grande variedade existente. A orquídea está entre as famílias botânicas que mais suscitam a atenção do público e tem um lugar assegurado, sobretudo em função da atração quase mística que exerce sobre as pessoas, devido à beleza, diversidade e exuberância de suas flores – destaca a curadora da coleção de orquídeas do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Delfina de Araújo.
Coleção Orquidário JBRJ
Espécimes (indivíduos): 7.523
Plantas nativas: 4.000 (das quais 1.400 indivíduos são advindos de coleta e formam a coleção científica) englobando 85 gêneros nativos e cerca de 419 espécies diferentes.
Plantas exóticas: 1.262
Híbridos: 2.261
Complexo do Orquidário
Integrante de uma instituição científica, o Orquidário tem como objetivo primordial o cultivo de orquídeas, que formam a sua coleção científica, coletadas na natureza por pesquisadores do Jardim Botânico e alunos da Escola Nacional de Botânica Tropical (ENBT/JBRJ) para fins de estudo.
O Orquidário é composto de diversos espaços: além da estufa de vidro, conta com áreas externas (que serão abertas à visitação pública em breve) e locais de cultivo com acesso apenas para pesquisadores: duas estufas fechadas, uma estufa de quarentena e o ripado.
Família Orchidaceae
A Orchidaceae , uma das maiores famílias de plantas floríferas, possui entre 17 mil e 23 mil espécies distribuídas por todo o planeta, com exceção dos círculos polares. Ao longo dos séculos, sobretudo na Idade Média, as orquídeas foram muito utilizadas em chás, afrodisíacos e remédios para diversos males.
Acreditava-se que a orquídea ocorresse na Terra há milhões de anos. No entanto, as provas só foram obtidas com o aparecimento, em 2007, de fósseis datados de 15 a 20 milhões de anos, encontrados por uma equipe internacional de estudiosos. Trata-se de um bloco de âmbar onde a orquídea e a abelha foram preservadas (ambas extintas).
Não se sabe ao certo quando a orquídea passou a ser cultivada pelo homem, tampouco se o cultivo foi motivado por razões estéticas, medicinais ou utilitárias. Mas acredita-se que seu cultivo tenha começado no extremo Oriente, sobretudo no Japão e China. Confúcio já fazia menção a sua beleza. No Ocidente, a referência mais antiga data do século 3 A.C.
História do Orquidário do JBRJ
Relatório de Barbosa Rodrigues, então diretor do Jardim Botânico, dá conta da construção de uma primeira estufa na década de 1890 e há registro da existência de uma segunda estufa por volta de 1908. Uma delas se destinava à recém-formada coleção de orquídeas. A outra, construída seguindo o modelo inglês em madeira e com formato octogonal, era destinada às plantas de salão. Em 1930, foi refeita em ferro e vidro, mantendo o formato original, segundo as características das estufas inglesas da época, hoje destinada à visitação e ao cultivo de orquídeas.
Fotos: Federico Rossi e Rafael Lucena