Notícias
Mesa Redonda online debate representações da Amazônia no cinema
O Jardim Botânico do Rio de Janeiro promove a mesa redonda “Amazônia e Cinema: desafios para a contemporaneidade”, no dia 14 de dezembro, às 14h, pelo canal do JBRJ no YouTube. Os convidados são João Carlos de Campos Ribeiro Martins (MAST) e Aida Feitosa (MMA).
Na palestra "Coração da Selva: a construção imagética da dominação econômica da Amazônia", João Carlos de Campos Ribeiro Martins discutirá de que maneira o documentário "No paiz das Amazonas" (1923), de Silvino Santos, contribuiu para a imagem da Amazônia como uma fonte de recursos a ser dominada. Dividido em blocos dedicados às matérias primas da floresta, o filme do realizador português radicado em Manaus se apoia na ideia, muito presente no século XIX, de que aquela região do país deveria se “iluminar”. O conceito de uma Belle Époque local financiada pela exploração de recursos naturais era o objetivo final de um projeto eurocêntrico para um país tratado como selvagem. O documentário produzido por Joaquim Gonçalves Araújo, lançado há cem anos, ficou, na época, por 5 meses em cartaz nos cinemas do Rio de Janeiro.
"A Amazônia Contemporânea no Cinema" será o tema da palestra de Aida Feitosa, que aborda três filmes que têm a Amazônia como lugar na atualidade, analisando múltiplas imagens e visões sobre esse imenso território biodiverso. Noites alienígenas (2022) com direção Sergio Carvalho, A última floresta (2021) e Ex-Pajé ( 2018) ambos com direção de Luis Bolognesi, trazem, respectivamente, pontos de vista sobre a trágica realidade da juventude da capital do Acre, Rio Branco, que convive com o tráfico criminoso e letal, o cotidiano da reserva indígena Yanomani, em Roraima, que luta entre a preservação de sua cultura e a invasão ilegal do garimpo, e as reflexões e os receios de um ex-pajé da comunidade indígena Paiter Suruí, em Rondônia, colonizada pelo cristianismo e pelo desenvolvimentismo.
João Carlos de Campos Ribeiro Martins é roteirista, jornalista e documentarista. Em 2014, foi um dos selecionados do programa Ibermedia/Taller de Guión. Dirigiu alguns curtas, dentre os quais Amazonas Tilt (vencedor do prêmio Arquivo em Cartaz 2016). Para televisão, dirigiu a série Refugiados (2017) para o Canal Futura. Mestre em Literatura Comparada na UFF, é bolsista PCI no Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), no projeto Vozes da Ciência no Brasil.
Aida Rodrigues Feitosa é doutoranda em Comunicação e Cultura pela UFRJ, mestre e graduada em Comunicação pela Universidade de Brasília. É Analista Ambiental no Ministério do Meio Ambiente, no Departamento de Educação Ambiental. Seus principais temas de pesquisa são espaço, cidade, meio ambiente, clima, juventude, negritude, estética, imagem, cinema, fotografia. É membro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE). Participa do Grupo de Estudos de Relações Raciais Muniz Sodré (LECC/UFRJ), do Coletivo Beatriz Nascimento (Grupo de Discentes Negros e Indígenas do PPGCOM/UFRJ) e da Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira).
Mediação: Claudia Rabelo Lopes, analista em C&T (JBRJ) e mestre em Linguagens e Tecnologias da Comunicação pela ECO/UFRJ.
Organização: Alda Heizer e Claudia Rabelo Lopes.