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Jardim Botânico do Rio vai investir R$ 373,5 mil na construção e restauração de estufas de plantas
O Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro vai investir R$373,5 mil na construção e reforma de três estufas que abrigam parte de sua coleção científica. O herbário ganhará uma nova estufa de secagem de plantas orçada em R$114 mil. Já o bromeliário terá o telhado restaurado, com investimento de R$165 mil. A estufa de plantas insetívoras passará por melhorias no valor de R$ 94,5 mil. As obras já foram licitadas, e as restaurações começam em breve. No último dia 1º, o Orquidário foi reaberto à visitação pública, depois de a estufa de vidro passar por reforma no valor aproximado de R$ 300 mil.
O herbário do JBRJ está entre os 100 maiores do mundo e serve de referência para estudos científicos em botânica. Possui um valioso acervo de 850 mil amostras de plantas, desidratadas, registradas, catalogadas e armazenadas em condições especiais, que reúnem informações de extrema importância sobre a biodiversidade mundial. As amostras são trazidas do campo e desidratadas em estufas de ar quente. A coleção conta com amostras de diversas partes do mundo e, principalmente, de todo o território nacional.
O Jardim Botânico do Rio também abriga milhares de bromélias, distribuídos em dois grandes espaços de cultivo. A estufa Burle Marx - o bromeliário de visitação – e o Dimitri Sucre, espaço fechado ao público, onde encontra-se a coleção científica, cujas espécimes em floração ou frutificação ficam expostas na área de visitação.
Muitas bromélias também estão presentes em diversos canteiros no arboreto, seja na forma de epífitas (aquelas que se desenvolvem sobre outro organismo) espontâneas ou introduzidas a partir de excedentes da coleção científica. A estufa Burle Marx, batizada em homenagem ao grande expoente do paisagismo e artes visuais, gera um ambiente protegido da insolação direta e herbívoros, criando condições propícias para o cultivo dessas plantas.
A coleção do bromeliário é composta por cerca de 5 mil indivíduos, formada a partir de inúmeras expedições científicas de pesquisadores do Jardim Botânico e outras instituições. É composta por aproximadamente 600 espécies de diversos biomas brasileiros, como Amazônia e Mata Atlântica, além de exemplares de outros países da América do Sul e Central. A ênfase é na conservação ex situ (fora do ambiente natural) de espécies endêmicas, raras e/ou ameaçadas de extinção, elevando a coleção e, consequentemente, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro ao status de um centro de referência mundial na conservação da família Bromeliaceae.
A estufa das insetívoras foi uma das primeiras construções do Jardim Botânico do Rio. As plantas insetívoras, popularmente conhecidas como carnívoras, capturam e digerem insetos através de sucos secretados por glândulas especiais, como forma de obter nitrogênio, elemento essencial à vida. Não dependem, entretanto, exclusivamente do aprisionamento animal para sua alimentação, pois, como os outros vegetais, sintetizam o seu próprio alimento por intermédio do processo da fotossíntese.
As insetívoras são muito sensíveis e só florescem em seus países de origem. Na estufa são fornecidas condições adequadas de luminosidade, ventilação, umidade e tratos culturais que viabilizam a sobrevivência das espécies fora de seus ambientes naturais.