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Jardim Botânico do Rio reabre, nesta quinta (20/5), à visitação meliponário, coleção de colmeias de abelhas sem ferrão
O Jardim Botânico do Rio de Janeiro reabre, nesta quinta-feira (20/5), Dia Mundial da Abelha, seu meliponário, coleção de colmeias de abelhas sem ferrão nativas do Brasil, à visitação pública. Fechado aos visitantes desde o início da pandemia da Covid-19, em março do ano passado, o meliponário abriga colmeias resgatadas em situação de risco no JBRJ e também doadas. Fundamentais para a conservação da biodiversidade vegetal, as abelhas lá sobrevivem, recolonizam a área verde e polinizam suas plantas. Atualmente, o meliponário conta com 17 colmeias referentes a nove espécies de abelhas sem ferrão, nativas da Mata Atlântica da Região Sudeste.
Inaugurado em abril de 2016, o meliponário do Jardim Botânico completou cinco anos de existência e recebeu novas placas informativas aos visitantes. As abelhas sem ferrão, chamadas assim por possuírem o ferrão atrofiado, são essenciais para a sobrevivência de uma grande parcela das plantas nativas. Elas também contribuem para a manutenção das florestas, uma vez que são importantes agentes de transporte de pólen e fecundação das flores para até 90% das árvores. Se elas forem extintas, a reprodução de plantas silvestres ficará comprometida.
- Muitas pessoas associam as abelhas a insetos perigosos devido ao risco de picadas. No entanto, as abelhas nativas brasileiras não possuem ferrão e, portanto, não oferecem perigo. Além de produzirem um mel maravilhoso, aqui no Jardim Botânico elas ajudam a polonizar e preservar o nosso arboreto e a mata aqui da região que nos cerca – afirma a responsável pelo Laboratório de Fitossanidade do JBRJ, Maria Lucia Teixeira Moscatelli.
As abelhas sem ferrão também são conhecidas como abelhas indígenas, pois seus produtos, como mel, cera e própolis, há séculos são apreciados e utilizados pelos índios. A preservação dos ninhos na natureza e também a criação e multiplicação em caixas racionais, adaptadas para esse fim, favorecem a sobrevivência dessas abelhas e a manutenção de seus produtos e serviços.
De acordo Maria Lucia Teixeira Moscatelli, o meliponário do Jardim Botânico reúne algumas das espécies que ocorrem espontaneamente no arboreto, no interior das árvores e também em locais inusitados como muros de pedra e bebedouros, como a jataí (Tetragonista angustula), a iraí (Nannotrigona testaceicornis) e a mirim (Plebeia droryana). Outras espécies do meliponário, como a mandaçaia (Melipona quadrifasciata) e a guaraipo (Melipona bicolor) e a uruçu-amarela (Melipona mondury), não são encontradas nidificando no arboreto, mas ainda ocorrem, espontaneamente, em áreas de Mata Atlântica da Região Sudeste.
O Dia Mundial das Abelhas foi estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) para lembrar a importância da polinização para o desenvolvimento sustentável. O dia escolhido foi uma homenagem ao esloveno Anton Janša, nascido em 20 de maio de 1734 e considerado o pioneiro da apicultura moderna.
Devido às medidas de enfrentamento da pandemia da Covid-19, as visitas ao Jardim devem ser agendadas previamente pelo sistema agendamentovisita.jbrj.gov.br. O acesso ao Jardim continua a se dar exclusivamente pelo portão da Rua Jardim Botânico, nº 1008, para controle do fluxo de entrada.
Para assistir ao vídeo sobre o meliponário, acesse https://youtu.be/cRX9h85aZ_E
Foto: Alexandre Machado
Vídeo: Federico Rossi