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Jardim Botânico do Rio de Janeiro tem projetos aprovados em dois editais da FAPERJ
A Rede Laboratorial Multiusuário do Jardim Botânico do Rio de Janeiro receberá recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro para a manutenção e melhoria de seu equipamento. O projeto foi um dos aprovados no Edital FAPERJ nº 30/2021 – Programa de Apoio à Manutenção de Equipamentos Multiusuários, que teve seu resultado divulgado recentemente. Além disso, quatro projetos de pesquisadores do JBRJ foram contemplados no Edital FAPERJ Nº 27/2021 – Auxílio Básico à Pesquisa (APQ1) em ICTs Sediadas no Estado do Rio de Janeiro.
Para a Rede Laboratorial, os recursos são de aproximadamente R$ 800.000, que serão utilizados para a manutenção preventiva e corretiva de equipamentos, e também para a aquisição de novos componentes para o upgrade de parte desses equipamentos. A execução do projeto beneficiará diversas linhas de pesquisa, tanto do próprio JBRJ quanto de outras instituições do Estado do Rio de Janeiro. Dentre as melhorias a serem executadas, destacam-se a aquisição de sistema para análise de elementos químicos em nível celular no microscópio eletrônico (usado em estudos que avaliam a resposta das plantas a mudanças ambientais), o aumento da capacidade analítica dos cromatógrafos (para o isolamento de substâncias de potencial farmacológico da flora brasileira), a manutenção do sistema de microscopia confocal a laser (para estudos em biologia celular) e a melhoria na capacidade de análise genética das plantas da flora brasileira.
Os pesquisadores e projetos contemplados pelo edital de Auxílio Básico à Pesquisa são:
Claudia Franca Barros – Árvores da Mata Atlântica: da anatomia ecológica à anatomia forense.
Em seus processos fisiológicos relacionados à transpiração, as árvores da Mata Atlântica envolvem a movimentação de muitos litros de água por dia, mas apenas 10% desse recurso é utilizado na fotossíntese. A cada dia, cada árvore libera cerca de 180 litros de água na atmosfera em forma de vapor, contribuindo para a manutenção dos ciclos de chuva. Estruturalmente, o tecido responsável pelo transporte de água é o xilema e são as suas células em diferentes arranjos que garantem o transporte de água e consequentemente todo o sistema. Nesse contexto, a anatomia da madeira tem papel relevante na compreensão do ciclo da água na natureza, pois fornece muitas informações sobre o trajeto que a água percorre no vegetal e seus ajustes para a manutenção dos processos transpiratório e fotossintético em diferentes condições ambientais. Esse projeto utilizará o conhecimento anatômico para a compreensão da biodiversidade de árvores, bem como suas estratégias de sobrevivência sob a perspectiva do xilema secundário.
Karen Lúcia Gama De Toni – Evolução dos óvulos nas Asterídeas.
Esse estudo visa compreender os mecanismos de surgimento da unitegmia nas asterídeas e a redução do nucelo através de análises ontogenéticas do óvulo. Para isso, serão estudadas espécies pertencentes ao clado Lamiidae, bem como espécies pertencentes às ordens basais Cornales e Ericales. Serão utilizadas técnicas em microscopia óptica, microscopia confocal de varredura a laser e microscopia eletrônica de varredura. Os resultados obtidos permitirão compreender a evolução dos tegumentos dos óvulos nas asterídeas, assim como a evolução do nucelo, corroborando os estudos filogenéticos do grupo.
Viviane Stern da Fonseca Kruel – Plantas alimentícias e medicinais da restinga: caminhos da transmissão cultural na Região de Cabo Frio, RJ.
O projeto se propõe a estudar a transmissão cultural sobre o conhecimento de plantas alimentícias e medicinais das restingas da Região de Cabo Frio (Rio de Janeiro), em comunidades locais de pescadores e quilombolas. Visa ainda identificar os processos e modelos de aprendizagem social em diferentes gerações, atuando em parceria com os atores locais no sentido de documentar e incentivar o compartilhamento intergeracional dos saberes, contribuindo para a conservação da herança biocultural local.
Leonardo Tavares Salgado – Impacto do clima e de atividades antrópicas em espécies de algas formadoras de rodolitos da Plataforma Continental Brasileira.
Algas calcárias formadoras de rodolitos podem registrar variações ambientais em sua matriz calcificada, como proxies ambientais. O objetivo desta proposta é investigar o efeito do clima e de ações antrópicas em bancos de rodolitos da Foz do Amazonas ao litoral do RJ, correlacionando mudanças no clima e atividades humanas locais (mineração, uso da terra, dragagem, urbanização etc) com variações estruturais, cristalográficas e químicas (elementar e molecular) na matriz calcificada das algas.
Veja os resultados completos dos editais:
FAPERJ nº 30/2021 – Programa de Apoio à Manutenção de Equipamentos Multiusuários
FAPERJ nº 27/2021 – Auxílio Básico à Pesquisa (APQ1) em ICTs Sediadas no Estado do Rio de Janeiro