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Jardim Botânico do Rio de Janeiro inicia a elaboração do primeiro Plano de Ação Nacional para a flora da Caatinga
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'Guzmania monostachia' (L.) Rusby ex Mez (Bromeliaceae) - Vulnerável (VU), espécie-alvo do PAN | Foto: Celio Moura Neto
O Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), por meio da Coordenação de Projetos de Estratégias para Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção do Centro Nacional de Conservação da Flora (COESC/CNCFlora), deu início à elaboração do Plano de Ação Nacional para a Conservação da Flora Ameaçada de Extinção da Caatinga Ceará-Piauí (PAN Flora da Caatinga). Trata-se do primeiro PAN dedicado exclusivamente à flora no domínio da Caatinga.
A iniciativa integra o escopo do Projeto Estratégias de Conservação, Restauração e Manejo para a Biodiversidade da Caatinga, Pampa e Pantanal, financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF Terrestre). A área de abrangência do plano, que supera 40 mil km², inclui partes dos estados do Ceará e Piauí, estendendo-se da porção sul da Ibiapaba até o litoral, com delimitação pelos rios Acaraú, a leste, e Parnaíba, a oeste. Navegue pelo território no mapa.
O PAN Flora da Caatinga busca conservar 20 espécies da flora ameaçadas de extinção. Entre elas, duas (02) são categorizadas como “Criticamente em perigo (CR)”, oito (08) como “Em perigo (EN)” e 10 como “Vulnerável (VU)”. Espécies como Senegalia cearenses Terra & Garcia (VU), endêmica do estado do Ceará, e a Erythroxylum bezerrae Plowman (EN), endêmica de ambos estados, estão entre os destaques. Além disso, sete (07) espécies classificadas como “Quase ameaçada (NT)” e três (03) com “Dados insuficientes (DD)” serão beneficiadas.
Nos dias 14, 16 e 21 de janeiro, foi realizada a Reunião Preparatória em ambiente virtual. O encontro reuniu mais de 30 representantes de universidades, órgãos governamentais, ONGs e empresas, incluindo a Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), as Universidades Federais do Cariri (UFCA), Ceará (UFC), Delta do Parnaíba (UFDPAR) e do Piauí (UFPI), o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio – PARNA de Ubajara, PARNA Sete Cidades e APA de Ibiapaba), Secretaria de Meio Ambiente e Mudança do Clima (SEMA-CE), a Associação Caatinga e a Transecto Soluções Ambientais, além do Diretor do CNCFlora, Gustavo Martinelli, e o Coordenador de Projetos da COESC/CNCFlora, Marcio Verdi, juntamente com sua equipe. Durante a reunião, foram definidos o nome do plano, os limites geográficos de sua atuação e os principais vetores de pressão que ameaçam as espécies-alvo.
A próxima etapa será a Oficina de Planejamento, prevista para maio de 2025, em Fortaleza (CE). O evento reunirá os participantes para pactuar os objetivos, ações, responsáveis e produtos que comporão a Matriz de Planejamento do PAN, documento que norteará sua execução nos próximos cinco anos. Também será definido o Grupo de Assessoramento Técnico (GAT), responsável por acompanhar e monitorar a implementação do plano.
A iniciativa reforça o compromisso do JBRJ com a conservação da biodiversidade, ampliando esforços para proteger a flora da Caatinga e mitigar os riscos de extinção das espécies ameaçadas.
Planos de Ação Nacionais
O Plano de Ação Nacional para a Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção (PAN) é um instrumento de política pública, que atende metas, planos e estratégias nacionais e internacionais voltados à conservação da biodiversidade, como a Convenção sobre Diversidade Biológica (Convention on Biological Diversity - CBD) e a Estratégia Global para Conservação de Plantas (Global Strategy for Plant Conservation – GSPC). Esses planos são elaborados e implementados em conjunto com as partes interessadas da sociedade e têm como objetivo definir e direcionar ações prioritárias para reduzir, suprimir ou mitigar os vetores de pressão que colocam em risco as espécies e seus ambientes naturais, por meio de políticas públicas, educação ambiental, criação de Unidades de Conservação, fiscalização e recuperação de ecossistemas.
O Projeto GEF Terrestre é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, da sigla em inglês para Global Environment Facility Trust Fund), implementado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e tem o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) como agência executora.