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Jardim Botânico do Rio de Janeiro celebra primeiro Acordo de Repartição de Benefícios
A técnica Mariana Taniguchi digitaliza uma exsicata (amostra de planta) no herbário RB para inclusão da imagem e dados nos sistemas informatizados
Amostras de plantas do herbário Alberto Castellanos estão sendo restauradas, digitalizadas e disponibilizadas.
O herbário RB, do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, está incorporando a seu acervo e irá disponibilizar online uma coleção científica de grande importância para o país. Trata-se das amostras de plantas do herbário Alberto Castellanos (GUA), da extinta Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente do Rio de Janeiro (FEEMA), que estão sendo restauradas e digitalizadas, e poderão ser consultadas gratuitamente online.
O projeto contempla, inicialmente, 35 mil amostras dessa coleção histórica que guarda exemplares da flora coletados por botânicos e naturalistas na Floresta da Tijuca e em restingas do Estado. Alguns desses habitats já desapareceram.
Pela experiência do Jardim Botânico na salvaguarda e publicação de dados sobre coleções científicas, o Instituto Estadual do Ambiente (INEA) doou o acervo do GUA – cerca de 70 mil amostras de plantas herborizadas (exsicatas) – para o herbário RB em 2017. Desde então, elas ficaram armazenadas em ambiente climatizado, aguardando recursos para serem incorporadas ao acervo do JBRJ, o que está sendo feito agora com o Acordo de Repartição de Benefícios. As amostras poderão ser consultadas presencialmente por pesquisadores e online por toda a sociedade, por meio dos sistemas JABOT e Reflora.
Este é o primeiro Acordo de Repartição de Benefícios na modalidade Não-Monetária (ARB-NM) feito com uma instituição de pesquisa e ensino desde a promulgação da Lei 13.123/2015, conhecida como Lei da Biodiversidade. Ela prevê, entre outras coisas, que empresas que explorem comercialmente produtos oriundos do patrimônio genético da biodiversidade brasileira ou de conhecimentos tradicionais associados devem repartir os benefícios dessa exploração com a sociedade. No caso, a L’Oréal Brasil optou por fazer a repartição de benefícios com o projeto de restauração, informatização e divulgação do primeiro lote de amostras do herbário GUA.
A repartição de benefícios está prevista na Convenção da Biodiversidade Biológica (CDB), tratado internacional do qual o Brasil é signatário.
Os recursos do acordo entre o JBRJ e a empresa serão gerenciados pela Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Computação Científica – FAAC.