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Fragmentos de florestas de Restinga em regeneração são importantes para conservação de espécies ameaçadas
Aspecto geral da área de Restinga de Jacarepiá | Foto: Cyl Farney Catarino de Sá
Florestas de Restinga têm baixa resiliência às perturbações provocadas pela ação humana, porém, mesmo fragmentos florestais em fase inicial de regeneração natural são muito importantes para a conservação de espécies raras, endêmicas e ameaçadas. Essas são algumas das conclusões do estudo " The conservation value of forest fragments in a coastal ‘Restinga’ forest in southeastern Brazil ", publicado no Journal of Coastal Conservation em 23 de agosto.
A pesquisa, realizada em Jacarepiá (Saquarema/Parque Estadual da Costa do Sol - PECS), comparou a regeneração natural de floresta de Restinga num fragmento conservado e em outro perturbado pela ação humana, encontrando significativas diferenças na composição florística e estrutural entre um e outro.
Jacarepiá, dezembro de 2019: uma das 80 unidades amostrais na área perturbada | Foto: Cyl F. C. de Sá
O levantamento identificou 104 espécies que ocorrem exclusivamente no primeiro e 45 espécies que ocorrem somente no segundo. Apenas treze espécies são comuns às duas áreas, apresentando diferenças no padrão de crescimento das copas das árvores. Algumas espécies de plantas ameaçadas de extinção foram encontradas também nos fragmentos perturbados.
Interior da floresta de Restinga em Jacarepiá | Foto: Cyl F. C. de Sá
O estudo foi realizado por Bárbara P. Agapito, mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Botânica da Escola Nacional de Botânica Tropical – Jardim Botânico do Rio de Janeiro (ENBT/JBRJ), sob a orientação dos pesquisadores do JBRJ Cyl Farney Catarino de Sá, Antônio Carlos Silva de Andrade e Dorothy Sue Dunn de Araujo.
Imagens mostram diferenças entre as duas áreas comparadas | Restinga Forest Conservation JCC
Os autores observaram que algumas características funcionais das espécies estudadas, tais como a zoocoria (dispersão de sementes por animais), tamanho das sementes, rapidez de crescimento e fixação de nitrogênio, são informações fundamentais para a o sucesso de ações de restauração e conservação de florestas de restingas, já que elas estão entre os tipos de vegetação mais degradados e menos conhecidos no Brasil”.