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Estudo revela riqueza da flora e lacunas de conhecimento do Parque Nacional do Caparaó
Vanhouttea leonni, espécie ameaçada (EN) que ocorre no Parque Nacional do Caparaó | Foto: Marina Moreira
Dez por cento das espécies de plantas terrestres conhecidas da Mata Atlântica no Brasil estão presentes no Parque Nacional do Caparaó (PNC), unidade de conservação (UC) federal na divisa entre Minas Gerais e Espírito Santo. A maior parte do território do Parque, no entanto, ainda é inexplorada pelos pesquisadores. Essas são algumas conclusões de um estudo publicado no Biodiversity Data Journal em 31 de dezembro de 2020.
O artigo “A list of land plants of Parque Nacional do Caparaó, Brazil, highlights the presence of sampling gaps within this protected area” levantou os dados disponíveis para a flora do PNC em três bancos de dados online: Jabot, Reflora e Splink. O resultado mostra a diversidade de plantas dessa UC e o que se sabe sobre seu estado de conservação, e também aponta para as lacunas de conhecimento, indicando aos cientistas e aos gestores para onde é preciso dirigir os esforços de pesquisa.
Assim, a análise revelou que 79% das coletas cujos dados estão disponíveis online foram realizadas no lado mineiro do Parque, que corresponde a apenas 21% do seu território. Isso significa que a maior parte da área do PNC é pouco conhecida pelos botânicos e demanda mais expedições de coleta, principalmente no estado do ES.
De acordo com o levantamento, o PNC abriga 785 espécies endêmicas da Mata Atlântica. Além disso, lá se encontram 63 espécies avaliadas como ameaçadas de extinção na Lista Vermelha da Flora do Brasil. Mas esse número pode ser bem maior, uma vez que 84% das espécies que ocorrem no Parque ainda não foram avaliadas no que se refere ao risco de extinção.
O artigo é um dos produtos do projeto “Redescobrindo espécies ameaçadas em Unidades de Conservação da Floresta Atlântica: bases para gestão, conservação e acesso à informação”, que já havia publicado, em março de 2020, a Lista de Espécies de Plantas do Parque Nacional do Caparaó no Catálogo de Plantas das Unidades de Conservação do Brasil.
O projeto é desenvolvido conjuntamente pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), o Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), a Universidade Federal do Paraná (UFPR), o Centro de Pesquisas do Cacau (CEPEC), a Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), a Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), a Universidade de Vila Velha (UVV) e a Universidade de São Paulo (USP).
Acesse o artigo: https://bdj.pensoft.net/article/59664/