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Contribuição do JBRJ à Iniciativa Genômica Global é tema de artigo no BGJournal
"Pleroma marinanum", conhecida como quaresmeira, é endêmica do Espírito Santo. Tecidos das folhas dessa espécie estão sendo preservados | Foto: Marcus Nadruz
O principal periódico sobre jardins botânicos no mundo, o BGjournal, traz, em sua edição de fevereiro de 2021, um artigo de quatro páginas sobre a participação do Jardim Botânico do Rio de Janeiro na Iniciativa Genômica Global para Jardins (Global Genome Initiative for Gardens – GGI-Gardens).
Assinado pelos pesquisadores do JBRJ Luciana Ozório Franco, Marcus Nadruz Coelho e Rafaela Forzza e por Juliana Ribeiro de Mattos, mestranda na Escola Nacional de Botânica Tropical (ENBT/JBRJ), o artigo "Rio de Janeiro Botanical Garden and the Global Genome Initiative for Gardens" detalha a contribuição do JBRJ à parceria internacional dedicada a coleta e preservação de tecidos de qualidade genômica, de plantas presentes nas coleções vivas dos jardins botânicos em todo o mundo.
A GGI-Gardens teve início em 2015 a partir da Iniciativa Genômica Global (Global Genome Initiative – GGI), liderada pelo Smithsonian Institution, e é parte da Rede Genômica Global de Biodiversidade (Global Genome Biodiversity Network – GGBN), criada em 2011 e que congrega atualmente 97 instituições de diversos países.
Em 2018 o JBRJ foi convidado a integrar esta parceria e concorrer ao prêmio 2018 GGI-Gardens Partnership, dando início à coleção de tecidos de qualidade genômica, a RBtecido. Amostras depositadas nesta e nas demais coleções do JBRJ podem ser acessadas pelo sistema Jabot. A partir de recursos provenientes do prêmio 2018 GGBN-GGI, o JBRJ também tornou acessíveis no portal da GGBN, os dados da coleção RBtecido e da coleção de DNA, a RBdna, totalizando mais de 6500 amostras de espécimes da flora brasileira, adicionando ao portal quase 1200 espécies.
As coleções vivas do JBRJ são de especial interesse para o projeto pois contam com 541 espécies de plantas que não se encontram em nenhum outro jardim botânico no mundo, sendo 522 nativas do Brasil e 19 exóticas. Entre as brasileiras, 317 são endêmicas do país e 46 são classificadas como ameaçadas pela IUCN.
Esses materiais genéticos são importantes para estudos visando à conservação da biodiversidade e para diversas outras áreas da ciência e tecnologia, inclusive no desenvolvimento de produtos. O artigo mostra como a Repartição de Benefícios por parte de empresas que utilizarem os dados e conhecimentos gerados por essas coleções pode reverter para estas últimas na forma de recursos monetários ou não monetários, possibilitando mais pesquisas e a ampliação de seus acervos.