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Jardim Botânico protege abelhas solitárias
O canteiro 9-F do Arboreto está interditado para preservar os ninhos das abelhas solitárias, que se reproduzem no verão. Essas abelhas não são agressivas e só ferroam se forem manuseadas ou atacadas.
Ao contrário do que muita gente pensa, as espécies de abelhas que constroem colônias são minoria. A maioria é formada pelas chamadas abelhas solitárias, que fazem seus ninhos no solo, em árvores ocas, bambus e outras cavidades. Essas espécies são muito importantes porque polinizam plantas nativas e outras que utilizamos como alimento.
No Jardim Botânico do Rio de Janeiro, as abelhas solitárias do gênero Epicharis Klug (Hymenoptera: Centridini) fazem ninhos em formato de barril no solo do canteiro 9-F, um fenômeno que se repete a cada verão e dura quatro meses. "Cada fêmea realiza esse processo individualmente e morre antes de suas crias nascerem, o que impede o contato entre as gerações", explica a responsável pelo Laboratório de Fitossanidade do JBRJ, Maria Lucia F. Teixeira Moscatelli.
Outra diferença em relação às abelhas de colônia é que as Epicharis Klug não coletam néctar das flores. Elas recolhem, além do pólen, óleo floral para alimentar suas larvas. Isso faz com que procurem plantas que produzem esse óleo, como as das famílias Malpighiaceae e Scrophulariaceae.