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Canteiro da Restinga reabre renovado no Jardim Botânico
O Canteiro da Restinga do Jardim Botânico do Rio de Janeiro reabre para visitação no dia 15 de novembro, depois de obras de revitalização e introdução de novas espécies. O local também ganhou placas informativas e três novos bancos, que se somam aos três já existentes, para que os visitantes possam apreciar a paisagem junto às pitangueiras. O projeto tem o apoio da Família Aranha, por intermédio da Associação de Amigos do Jardim Botânico AAJB.
O Canteiro da Restinga na verdade compreende dois canteiros o 35 A e o 35 B, próximos ao Bromeliário e ao Rio dos Macacos. A área concentra a maior parte das pitangueiras do Arboreto do Jardim, o que torna essas árvores de frutos vermelhos uma de suas principais atrações. Mas agora há muito mais para ser visto.
Foram introduzidas 20 espécies, das quais 14 são novas na coleção do Jardim Botânico. Elas foram obtidas por meio de coletas de mudas no campo e por doação do Horto Carlos Toledo Rizzini, da Prefeitura do Rio de Janeiro. Podemos destacar Melocactus violaceus , uma bela espécie de Cactaceae que consta da Lista Nacional das Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção", revelou o pesquisador Cyl Farney Catarino de Sá, coordenador técnico do projeto.
O termo Restinga designa vegetações costeiras existentes em quase 80% do litoral brasileiro. São áreas que se caracterizam pela influência marinha, o solo arenoso e a insolação direta, entre outros fatores. Para receber as espécies de restinga, foram colocados 100m3 de areia no Canteiro 35 A e mais 50m3 estão destinados para o Canteiro 35 B. Além disso, algumas árvores foram manejadas, de forma a abrir espaço para que a luz solar chegue às plantas.
Mais do que apenas uma nova atração, o projeto de revitalização visa contribuir para a conservação das espécies, que é parte fundamental da missão do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Para isso, um grupo de pesquisadores do JBRJ, formado por Cyl Farney Catarino de Sá, Viviane Stern da Fonseca-Kruel, Antônio Carlos Silva de Andrade e Dorothy Sue Dunn de Araújo, atuou em todas as fases do projeto, com a colaboração da botânica Amanda Silva da Rosa Carvalho.
A Restinga é um ecossistema bastante afetado pela expansão urbana litorânea, que ameaça de extinção diversas espécies de sua flora e fauna. Por isso, a conservação das espécies e dos remanescentes de restinga é considerada prioritária, explicou Cyl.
A renovação da Restinga é um projeto da Diretoria de Conhecimento, Ambiente e Tecnologia (Dicat) do JBRJ e contou com a orientação da Curadoria de Coleções Vivas e com a equipe de Conservação da Área Verde para os manejos, podas e introdução das novas espécies.