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Rebio Poço das Antas recebe mudas de pesquisa de mestrado na ENBT
Mudas produzidas durante o mestrado de Patrícia da Rosa na Escola Nacional de Botânica Tropical (ENBT/JBRJ) foram plantadas na Reserva Biológica de Poço das Antas, em Silva Jardim (RJ) em fevereiro de 2017. O plantio homenageia a pesquisadora aposentada do JBRJ Tânia Sampaio Pereira.
As mudas são de espécies de Melastomataceae, pioneiras na regeneração natural da floresta. A pesquisa foi desenvolvida no Programa de Pós-Graduação do Jardim Botânico do Rio de Janeiro entre 2013 a 2015, sob orientação dos pesquisadores José Fernando Andrade Baumgratz e Tânia Sampaio Pereira.
A produção das mudas se deu a partir de sementes coletadas de 27 espécies de quaresmeiras e pixiricas da Rebio. A germinação e o desenvolvimento das mudas teve início em 2014 com a colaboração das equipes do Horto Florestal e Coordenação de Coleções Vivas do JBRJ.
O plantio está sob a responsabilidade da Associação Mico-leão-dourado (AMLD) http://www.micoleao.org.br/ através do Programa de Restauração Florestal, e contou com o auxílio valioso do mateiro Adilson Pintor. O Programa, coordenado por Carlos Alvarenga, busca conectar e ampliar o habitat do mico-leão-dourado. Os plantios são realizados em áreas públicas e propriedades particulares na Bacia do rio São João.
O mapa mostra parte dos 105 hectares já reflorestados na Rebio Poço das Antas, trabalho que vem sendo coordenado pela equipe da Associação Mico-leão-dourado (AMLD) em parceria com o ICMbio
A vegetação de Mata de Baixada foi muito desmatada no passado e essa vegetação é o ambiente de muitos animais, entre eles o mico-leão-dourado. O mico só pode ter seu grau de ameaça de extinção reduzido se a floresta for preservada e ampliada. Muitas melastomáceas servem de alimento para os micos. Os plantios de restauração da Rebio buscam a melhoria do habitat e da vegetação, explica Patrícia.
A doação das mudas é também uma homenagem à pesquisadora Tânia Sampaio Pereira, que foi servidora do JBRJ por mais de 30 anos e se aposentou há dois anos. A parceria do JBRJ com a Rebio Poço das Antas e a Associação Mico-leão-dourado é antiga. Tânia Sampaio foi coordenadora do Projeto Mata Atlântica desenvolvido na Rebio na década de 90, no período em que foi restaurada grande parte da área, criando corredores ecológicos entre remanescentes em regeneração e outros bem preservados. Atualmente, há na Rebio de Poço das Antas 105 hectares em processo de restauração florestal.
Um primeiro lote das mudas, com 90 indivíduos, foi plantado em 2015 na trilha interpretativa Educação Ambiental
O segundo lote, com 160 mudas, foi plantado na Rebio Poço das Antas em fevereiro de 2017
A expectativa é que as mudas da dissertação de Patrícia enriqueçam a qualidade genética dos plantios de restauração, uma vez que as sementes foram coletadas de plantas matrizes dentro da Unidade de Conservação.
Os mapas que ilustram esta matéria foram produzidos pela Coordenadoria do Programa de Restauração Florestal da Associação Mico-leão-dourado.