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Jardim Botânico marca presença no Infoplan
O Jardim Botânico do Rio de Janeiro marcou presença na 3ª Conferência Nacional de Produtores e Usuários de Informações Estatísticas, Geográficas e Ambientais - Infoplan, organizada pelo IBGE de 5 a 9 de dezembro no Centro de Convenções SulAmerica.
O presidente do JBRJ, Sergio Besserman Vianna, foi um dos palestrantes na tarde de segunda-feira, dia 5. Ele apontou os desafios para se produzir e dar acesso às informações que o Brasil necessita com agilidade. Besserman falou também da agenda do mundo para os próximos 20 anos - o desenvolvimento sustentável. Ressaltou que o planeta tem limites que precisamos conhecer, e que as informações para lidar com o problema ainda são escassas, mas o IBGE tem feito um trabalho pioneiro nessa área. "O Brasil é o único país no mundo que se torna mais competitivo numa economia de baixo carbono. Nós precisamos conhecer essa realidade, e isso é parte do trabalho do IBGE", afirmou.
Sergio Besserman Vianna na mesa sobre informações para o planejamento
Na terça-feira, dia 6, os pesquisadores Rafaela Forzza e Gustavo Martinelli representaram o JBRJ na mesa redonda "Produção de informações ambientais sobre biodiversidade (Flora)". Rafaela falou sobre o Jabot - sistema desenvolvido pelo Jardim Botânico para o gerenciamento de coleções, cujos dados podem ser exportados em formatos compatíveis para qualquer consumidor de informações. A pesquisadora apresentou também o Herbário Virtual Reflora, que começou como um projeto do CNPq para repatriar amostras de plantas brasileiras que estão em Kew Gardens, na Inglaterra, e no Museu Nacional de História Natural de Paris. Hoje, com o apoio do SiBBr e do Inventário Florestal Nacional, o HV Reflora conta com 61 herbários parceiros, sendo sete no exterior e 56 no Brasil, e disponibiliza online imagens em alta resolução e dados de 2 milhões de amostras de plantas.
Rafaela destacou também o sistema da Flora do Brasil 2020, que tem a meta de disponibilizar as descrições de todas as espécies conhecidas da flora brasileira até 2020. Um dos maiores desafios está na escassez de coletas botânicas no Cerrado e na Amazônia, que é de apenas 0,2/km2, enquanto no Sudeste chega a 1,5/km2. Essa situação faz com que a flora Amazônica seja ainda largamente desconhecida pelos cientistas.
Rafaela Forzza (esq.) e Gustavo Martinelli debateram a produção e difusão de dados sobre biodiversidade
Gustavo Martinelli abordou a criação e os resultados do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora), que tem como foco a conservação das espécies ameaçadas de extinção da flora brasileira, atendendo a seis das metas da GSPC (Estratégia Global para Conservação de Plantas). "Estamos produzindo informações qualificadas para os tomadores de decisão", enfatizou o pesquisador, que falou do processo de limpeza das informações, validação dos dados, revisão e categorização de cada espécie analisada no grau de ameaça em que se encontra. Assim como os outros sistemas do JBRJ apresentados, o CNCFlora também fornece dados abertos, que podem ser consumidos por quem precisar, e que são integrados com as plataformas do SiBBr e do GBIF.
Além de fazer a lista das espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção, o CNCFlora também é responsável pela elaboração de Planos de Ação Nacional (PANs) para conservação dessas espécies, tendo optado por uma abordagem territorial e não por grupos taxonômicos. Segundo o pesquisador, ainda há muitas fronteiras de desconhecimento, e mais dados são necessários para garantir um trabalho efetivo de conservação.
O stand do JBRJ fez sucesso no evento, com livros, vídeos e dicas sobre plantas