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Nota Oficial JBRJ IV - 09 de novembro de 2016
O Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), autarquia federal vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, tem sido alvo de uma série de atos de sabotagem e tentativas de intimidação desde a segunda-feira, 7/11/2016, configurando uma situação de risco com relação à segurança de seu patrimônio, suas operações no arboreto, e de pessoas (servidores, funcionários terceirizados, visitantes e alunos).
Abaixo, um resumo dos fatos:
Dia 07/11/2016 segunda-feira A Justiça Federal executou ação de reintegração de posse de uma casa localizada na estrada do Serpro, em terreno da União, no Horto, dentro do perímetro do JBRJ. A ação foi muito complexa, exigindo inclusive medidas de força por parte do Batalhão de Choque da PM para conter os manifestantes, conforme amplamente noticiado na imprensa.
Desde a noite de segunda-feira , os manifestantes estão permanentemente organizados e reunidos junto ao acesso ao Jardim Botânico localizado na Rua Pacheco Leão nº 1235, ponto de entrada para as casas com ocupações irregulares, objeto de ações de reintegração de posse movidas pela União. Esta área tomada pelos manifestantes encontra-se dentro do perímetro do Jardim Botânico, de modo que o acesso a unidades administrativas e operacionais do JBRJ foi bloqueado, bem como está sendo impedida a conclusão da demolição e retirada de entulhos da casa reintegrada no dia 07/11/16.
Ainda na tarde de segunda-feira, enquanto ocorria a ação de reintegração e o Jardim estava fechado, um grupo de seis homens invadiu o arboreto. Um deles pulou o muro para dentro da área do Centro de Responsabilidade Socioambiental do Jardim Botânico e abriu o portão dando acesso aos outros cinco. Eles circularam pelo arboreto e saíram quando foram interceptados por alguns servidores que estranharam a presença do grupo, uma vez que não havia visitação no parque.
Na noite de segunda-feira, por volta das 22h15, houve a invasão do setor de Conservação do Jardim, no final da estrada do Serpro, por um grupo de cerca de 25 homens. Eles renderam o segurança do local, que teve roubados o rádio, dois celulares, a arma de fogo calibre 38 e o colete à prova de bala. Nesta ação, os invasores jogaram dois coquetéis molotov na retroescavadeira estacionada no local.
Esses fatos foram relatados à Polícia Federal por meio do Ofício nº 310/2016/Presidência/JBRJ na data de ontem, 08/11/2016.
Dia 08/11/2016 terça-feira O Jardim Botânico continuou fechado à visitação, sem condições de operacionalizar os serviços de manutenção, tendo vários serviços interrompidos nas edificações mais vulneráveis, como a Escola de Botânica e os viveiros de mudas, ,localizados no Horto Florestal.
Na noite de terça-feira, os manifestantes continuaram circulando nas áreas junto aos portões do Jardim Botânico, fazendo ameaças.
Dia 09/11/2016 quarta-feira A situação se agravou. O Jardim Botânico foi cercado na região de localização das casas por indivíduos com os rostos cobertos com camisas pretas, aparentemente portando armas e bombas caseiras. Além disso, três servidores foram agredidos com pedras atiradas por desconhecidos, dentro do arboreto, mas conseguiram se desviar do ataque e não foram atingidos. O caso aconteceu na área conhecida como Lago da Restinga, próxima ao Bromeliário. A canaleta do Aqueduto da Levada, que havia sido danificada na segunda-feira e consertada no dia seguinte, foi entupida com jacas.
Foram levantadas como consequências até o momento:
A visitação ao Jardim foi suspensa desde segunda-feira, 7/11, com significativa perda de arrecadação das bilheterias.
Foram paralisados os serviços de conservação da área verde e plantios, do Centro de Visitantes, do Museu do Meio Ambiente, da manutenção predial e da Escola de Botânica.
Paralisação de atividades comerciais de terceiros: da Loja de Souvernirs, do bistrô, da lanchonete e do Espaço Tom Jobim.
Interrupção da irrigação das plantas do parque, devido à quebra e posterior obstrução da canaleta de água que vem do Horto.
Bloqueio de via estratégica que liga o arboreto ao setor de Conservação, impedindo o acesso dos trabalhadores aos equipamentos e sua utilização.
Cancelamento de agendas de reuniões das diversas Diretorias que ficaram impossibilitadas de receber pessoas de outros órgãos e empresas.
Como medida de segurança, além de fechar para visitação, o JBRJ deslocou suas equipes de servidores e funcionários terceirizados que trabalham no Gabinete da Presidência, na Compostagem e no setor de Conservação para outras áreas mais seguras.
Atendendo orientação da Delegacia Regional e apoiado nos fatos acima relatados, o JBRJ solicitou a atuação da Polícia Federal para garantir a segurança patrimonial e pessoal da instituição.
Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro