Geral
Olhar atento para o destino de Abrolhos
Eliana Lucena (MMA) e Claudia Lopes (JBRJ)
O documentário
Banco dos Abrolhos: maior complexo coralíneo do Atlântico Sul
, realizado pela Rede Abrolhos (www.abrolhos.org) foi apresentado, em primeira mão, no dia 20 de outubro, para o ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho, em evento no Museu do Meio Ambiente, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Com 27 minutos de duração, o vídeo sintetiza o trabalho de uma equipe que, desde 2001, descreve, caracteriza e monitora essa área de 46.000 km2 na plataforma continental brasileira. O Banco dos Abrolhos se estende do sul da Bahia ao norte do Espírito Santo e abriga uma imensa diversidade de espécies. Para dar conta de conhecer e monitorar uma área tão vasta e tão rica, a Rede Abrolhos conta com 16 pesquisadores de onze instituições e 50 estudantes de todos os níveis, além de parceiros e colaboradores do exterior.
O documentário também alerta para os impactos enfrentados pelo Parque Nacional Marinho de Abrolhos e áreas adjacentes e reforça a proposta de ampliação da área protegida, um dos temas do debate que se seguiu à apresentação do vídeo.
O presidente do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Sergio Bersseman Vianna, abriu o evento. Ele ressaltou a gravidade do impacto das mudanças climáticas sobre o trabalho de conservação da biodiversidade em todo o mundo, reforçando a orientação do Ministério para que todos os órgãos se engajem nessa questão. Besserman citou os recifes de corais e Abrolhos em particular como símbolos da vulnerabilidade dos ecossistemas diante das mudanças do clima.
O ministro do Meio Ambiente lembrou que os recifes coralíneos são os ecossistemas mais ameaçados do Planeta e anunciou que apoia o prosseguimento dos estudos para a ampliação do Parque. O aumento da poluição, da sobrepesca, da ocupação humana e da exploração petrolífera têm pressionado e ameaçado o bem-estar do ambiente marinho. Por este motivo, as ações voltadas para o mar são prioridade no Ministério, assegurou Sarney Filho.
Ele citou, entre as iniciativas de sua gestão, a criação do Refúgio de Vida Silvestre Alcatrazes, no litoral norte de São Paulo. O ministro elogiou o trabalho realizado pela Rede Abrolhos nos últimos 15 anos, afirmando que o mapeamento de habitats revelou a grande heterogeneidade de fisionomias na plataforma continental do Banco de Abrolhos, antes desconhecida.
Gustavo Martinelli, Sergio Besserman, o ministro Sarney Filho e Gilberto Amado
O biólogo Gilberto Menezes Amado Filho, do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, coordenador da Rede Abrolhos, disse que esta foi a primeira vez que os pesquisadores puderam medir o crescimento de recifes coralinos no Atlântico Sul. Estas informações, agora, vão servir de base para estudos sobre os efeitos das mudanças climáticas sobre a região.
Homenagem
- Durante os debates, o novo presidente do Instituto Chico Mendes (ICMBIO), Ricardo Soavinski homenageou o ex-presidente do Instituto, que morreu há poucos dias. Rômulo foi um grande incentivador dos trabalhos em Abrolhos e agora retomaremos os projetos ele que estava tocando, de proteção e estímulo às unidades de conversação, afirmou Soavinski. Representantes da Conservação Internacional e pesquisadores também elogiaram o trabalho de Rômulo Mello.
O secretário de Biodiversidade e Florestas, José Pedro de Oliveira, reforçou que é preciso agora lutar para ampliar o Parque de Abrolhos, um processo que exigirá grande esforço e entrosamento com os segmentos envolvidos, como o Estado da Bahia, afirmou.
O documentário Banco dos Abrolhos: maior complexo coralíneo do Atlântico Sul está no
canal da Rede Abrolhos no Youtube
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