Geral
Artur Avila planta jequitibá no Jardim Botânico do Rio
Plantio marcou os 90 anos da visita do físico Albert Einstein ao Jardim
Em 2015, completam-se 90 anos da visita do físico Albert Einstein (1879-1955) ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Nessa visita, o criador da Teoria da Relatividade ficou especialmente impressionado com um jequitibá que existia próximo à Estufa das Insetívoras.
Há relatos de que o físico abraçou e beijou a gigantesca árvore, que desde então ficou conhecida como o Jequitibá do Einstein. Na década de 1980, essa árvore morreu e desde então nenhuma foi plantada para substituí-la.
Em comemoração a essa histórica visita, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro convidou o matemático brasileiro Artur Avila, primeiro latino-americano a conquistar a Medalha Fields de Matemática (prêmio comparável ao Nobel), para plantar uma muda de jequitibá no local onde antes estava o Jequitibá do Einstein.
O plantio aconteceu nesta sexta-feira, 10 de abril, às 11h. Estiveram presentes dirigentes e pesquisadores do Jardim Botânico e do IMPA Instituto de Matemática Pura e Aplicada e alguns convidados, entre eles o matemático Jacob Palis Júnior, presidente da Academia Brasileira de Ciências.
Foto: Ricardo de Freitas
Artur Avila ressaltou seu entusiasmo com o convite para o plantio, observando que, muito mais do que uma homenagem pessoal, a ação significa o reconhecimento do progresso da ciência no Brasil. O matemático destacou ainda a importância de incentivar jovens a seguirem a carreira científica
Ganhei muita visibilidade ao ser premiado com a Medalha Fields, o que se tornou uma oportunidade para demonstrar que é possível fazer ciência no país. Na minha trajetória, conheci muitas pessoas talentosas que não consideravam uma carreira científica. Mostrar que existe ciência de alto nível no país é um incentivo para que outros se mobilizem a seguir este percurso. Acho bastante bacana participar deste processo
Artur Avila, carioca de 35 anos, foi premiado no Congresso Internacional de Matemáticos, em Seul, Coréia do Sul, em 13 de agosto de 2014, por suas profundas contribuições à teoria dos sistemas dinâmicos.
Avila é pesquisador do Instituto de Matemática Pura e Aplicada Impa, onde fez mestrado e doutorado, e diretor de Pesquisas no CNRS, Centro Nacional de Pesquisa Científica de Paris, França.
A espécie de jequitibá plantada por Avila, a Cariniana ianeirensis, é considerada rara e está na lista de espécies ameaçadas de extinção, na categoria Em Perigo.
Com esse plantio, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro reafirma a sua missão de conservação da biodiversidade, valoriza a sua história e o trabalho desenvolvido pelos cientistas brasileiros.
Foto: Ricardo de Freitas
Artur Avila assina o livro de visitantes ilustres
Foto: Raul Ribeiro
César Camacho, Artur Avila e Samyra Crespo