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JBRJ comemora os 130 anos do Herbário RB e da Biblioteca Barbosa Rodrigues
O Jardim Botânico do Rio de Janeiro tem uma dupla comemoração nesta terça-feira, 23 de junho de 2020. São os 130 anos de fundação do Herbário Dimitri Sucre, mais conhecido como RB, e da Biblioteca Barbosa Rodrigues.
Ambos foram criados em 1890 pelo naturalista João Barbosa Rodrigues, que era o diretor do Jardim Botânico na época. Seus primeiros acervos foram os livros e o herbário Fée doados por D. Pedro II, então já ex-imperador, exilado em Paris.
Ao longo do tempo, o herbário e a biblioteca cresceram com a dedicação dos servidores que neles trabalharam e trabalham, e com a contribuição valiosa de várias gerações de pesquisadores.
O herbário, que teve início com 25 mil amostras, ultrapassa hoje a marca de 800 mil e continua crescendo e se enriquecendo com material trazido das expedições científicas. Também coordena projetos de ponta: o programa Reflora de digitalização de acervos de plantas brasileiras em instituições no exterior e no Brasil, e a elaboração da Flora do Brasil On-line 2020. Seu sistema de curadoria de coleções, o JABOT, está sendo disponibilizado gratuitamente para outros herbários no país, facilitando e dinamizando o trabalho de técnicos, curadores e pesquisadores, e acelerando o conhecimento da biodiversidade florística nacional.
O nome do herbário homenageia Dimitri Sucre Benjamin (1935-2000), botânico e paisagista panamenho que trabalhou por duas décadas no JBRJ e teve uma significativa contribuição para o acervo.
A Biblioteca Barbosa Rodrigues reúne livros, obras de referência, dissertações, teses, periódicos científicos e mais de 4.000 obras raras publicadas entre os séculos XVI e XX por importantes naturalistas, como o próprio Barbosa Rodrigues, Von Martius, Carl von Linné (Lineu), Saint-Hilaire e Frei Velloso, apenas para citar alguns. Nela também está preservada grande parte da memória bicentenária do Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
A historiadora Alda Heizer (JBRJ) aponta que, ao folhear as primeiras páginas de um número considerável de livros [da Biblioteca Barbosa Rodrigues], o leitor se depara com dedicatórias e carimbos que informam sobre a circulação dessas obras num circuito importante de bibliotecas dos jardins botânicos do antigo Ceilão, do México, de Londres e de tantos outros locais, demonstrando o quanto o Jardim Botânico do Rio de Janeiro esteve e continua atuante em uma expressiva rede científica.
Para o pesquisador Leandro Freitas, diretor da Escola Nacional de Botânica Tropical, "o encontro com o expressivo conjunto de obras históricas na Biblioteca Barbosa Rodrigues é algo marcante a todos que se interessam pelas ciências naturais. Mais além das experiências pessoais, a criação da Biblioteca em conjunto ao Herbário RB constituiu um marco na história do Jardim Botânico, sendo o principal elemento transformador na construção de sua identidade como instituição de pesquisa científica. Nesta data de comemoração, a Biblioteca, assim como suas congêneres em todo mundo, enfrenta o desafio de se reinventar para além da guardiã de obras, provendo espaço para aprendizado e apoio à disseminação do conhecimento para a sociedade".
São, portanto, 130 anos de uma enorme contribuição para a ciência e para a formação de pesquisadores no Brasil, numa história que continua como novos desafios e realizações a cada momento.
A todos que se empenham e se empenharam na construção e conservação desse inestimável patrimônio científico, o reconhecimento e o agradecimento do JBRJ no dia de hoje.
Veja o depoimento do diretor de Pesquisas Científicas do JBRJ, Renato Crespo Pereira .
Assista ao vídeo comemorativo dos 130 anos da Biblioteca Barbosa Rodrigues .
Assista ao vídeo da curadora Rafaela Forzza sobre os 130 anos do Herbário RB .