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Sistema desenvolvido pelo JBRJ já atende a 48 herbários no país
O Jardim Botânico do Rio de Janeiro obteve, em 10 de setembro, o registro do Jabot expedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial. O registro vale por 50 anos.
Desenvolvido pelo próprio JBRJ, tendo como autores os servidores Mônica Sousa da Rocha, Luís Alexandre Estevão da Silva, Marcos Gonzalez de Souza e Rafael Oliveira Lima, o Jabot é um sistema digital de gerenciamento de coleções científicas que, atualmente, dá suporte a um volume de dados de aproximadamente 1.667.000 registros botânicos e suas imagens.
Diferente de outros sistemas que apenas publicam dados, o Jabot é uma ferramenta de gerenciamento de toda a rotina dos herbários, abrangendo etapas como a confecção de etiquetas para as amostras físicas, controle de entrada, empréstimos, intercâmbios, geração de códigos de barras e outras funcionalidades. Uma de suas principais vantagens é a padronização do processo de trabalho, desde a preparação e digitalização das amostras até a inclusão de dados e imagens.
Desde o fim de julho de 2019, os acervos dos herbários de 48 instituições brasileiras de pesquisa, sendo 20 de universidades federais, estão disponíveis para consulta na página jabot.jbrj.gov.br. Em vez de se deslocarem de uma instituição para a outra, às vezes em estados diferentes, para terem acesso às amostras botânicas, os pesquisadores agora podem fazer suas pesquisas em qualquer computador conectado à internet.
O tecnologista Luís Alexandre Estevão da Silva, coordenador do Núcleo de Computação Científica e Geoprocessamento do Jardim Botânico e um dos autores do programa, conta que o Jabot foi todo desenvolvido dentro do herbário da instituição, o maior do país, com os usuários sugerindo e avaliando a ferramenta, daí sua ótima adequação ao trabalho dos profissionais que atuam nesses tipos de coleções biológicas.
"A criação do sistema, que entrou em atividade no JBRJ em 2005, foi uma opção à utilização do Brahms, da Universidade de Oxford, cuja tecnologia de banco de dados não atendia às necessidades do nosso herbário na época e que depois passou a ser cobrado" explica Luís Alexandre. O Jabot, por sua vez, utiliza tecnologia de software livre e é gratuito para as instituições parceiras. Participaram também de seu desenvolvimento os analistas Leonardo da Silva Clemente e Felipe Alves de Oliveira (2014-2017), sendo este último o responsável pelo suporte desde 2017 pela empresa CentralIT.
O sistema foi sendo aperfeiçoado e chamou a atenção de outros herbários que se interessaram em usá-lo, o que aconteceu a partir de 2016, com o lançamento de sua 3º versão. Entre as instituições que utilizam o Jabot hoje estão Fiocruz, Museu Nacional/UFRJ, IBGE, UFF, UniRio, UENF, UFRRJ e Sítio Burle Marx, apenas para citar algumas.
O Jabot também exporta dados para outros sistemas, como GBIF, SiBBr e Portal da Biodiversidade do ICMBio, além dos sistemas do próprio JBRJ: CNCFlora, Reflora e Flora do Brasil 2020. Ele continua sendo aperfeiçoado e, em breve, terá mais funcionalidades, muitas das quais sugeridas pelos curadores dos herbários parceiros.
O bom gerenciamento proporcionado pelo Jabot tem impacto positivo na qualidade dos dados utilizados, por exemplo, para a modelagem preditiva e as análises utilizadas na avaliação do risco de extinção de espécies de plantas na natureza.
"Ajudamos a preservar os acervos nacionais, além de acelerar muito o conhecimento da flora do país. Não podemos mais imaginar a botânica brasileira sem os sistemas científicos do JBRJ", conclui Luís Alexandre.
Veja o Certificado de Registro do Jabot.