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Entre 190 países, Brasil ocupa 124ª posição em ranking que avalia facilidade de fazer negócios
O Brasil ocupa hoje a 124ª posição no ranking Doing Business, relatório anual do Banco Mundial que avalia o ambiente de negócios em todo o mundo, divulgado na noite desta quarta-feira. O órgão multilateral avaliou 190 países.
A análise abrange parte do governo de Michel Temer e os primeiros cinco meses da gestão Bolsonaro, de junho de 2018 a maio de 2019. Hoje, o objetivo da equipe econômica, chefiada pelo ministro Paulo Guedes, é colocar o país entre as 50 melhores economias do ranking até 2022.
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O relatório destaca que o Brasil avançou em algumas searas, facilitando a abertura de novos negócios, dando mais rapidez ao registro de empresas, além de ter reduzido o custo de certificados digitais necessários às empresas. O destaque vale para os estados do Rio de Janeiro e de São Paulo.
O documento evidencia ainda a facilitação do registro de propriedades, em referência à administração de terras nos dois estados. No caso do Rio de Janeiro, a criação de um sistema online de obtenção de certificados de propriedade também contou positivamente para a análise do órgão multilateral.
Ainda assim, o desempenho do Brasil ainda está aquém do registrado pelos países que compõem o chamado bloco dos BRICS, que reúne Rússia (28º), China (31º), Índia (63º), África do Sul (84º) e o próprio Brasil.
Na América Latina, o cenário é semelhante: países como Chile (59º) e Uruguai (101º) também estão à frente do Brasil no ranking. Já a vizinha Argentina registrou resultado pior, ocupando a 126ª posição.
O ranking leva em conta o tamanho da burocracia imposta aos empreendedores mundo afora. Partindo dessa premissa, o Banco Mundial aponta que, no caso brasileiro, o estabelecimento do salário mínimo está associado a um aumento de 39% da informalidade no mercado de trabalho entre 2001 e 2009. Segundo o órgão, essa distorção é comum em países onde o salário mínimo garantido por lei é superior ao chamado 'salário de equilíbrio' que resulta da dinâmica do próprio mercado.
Na esfera judicial, o banco aponta que a rapidez e a boa qualidade no acesso ao judiciário é determinante para a produtividade dos negócios. Uma análise dos municípios brasileiros em que o acesso à Justiça é menos congestionado, as empresas tiveram mais acesso a empréstimos com garantias para tocar seus negócios.
No que diz respeito a impostos e taxas, o Banco Mundial indica que a redução de custos para o registro de empresas no Brasil contribuiu para que negócios até então informais começassem a operar de maneira oficial.
A temática das licenças para operar, a exemplo das ambientais, também consta do relatório. Em São Paulo, uma empresa chega a levar sete meses para obter uma autorização do tipo junto ao poder público. No Egito, o tempo médio é inferior, e não passa de cinco meses.
Ao todo, os seguintes aspectos são analisados pelo Banco Mundial: facilidade de abrir um negócio, de lidar com permissões de construção e pedidos de ligação de energia, o registro de propriedades, obtenção de crédito, proteção à investidores minoritários, pagamento de impostos, negociação transfronteiriça e resolução de insolvência de empresas.
Na visão do Banco Mundial, promover reformas que eliminem obstáculos ao empreendedorismo constituem um importante instrumento de crescimento econômico e redução da pobreza.
O ranking
1 - Nova Zelândia
2 - Cingapura
3 - Hong Kong
4 - Dinamarca
5 - Coreia do Sul
6 - Estados Unidos
7 - Geórgia
8 - Reino Unido
9 - Noruega
10 - Suécia
11 - Lituânia
12 - Malásia
13 - Ilhas Maurício
14 - Austrália
15 - Taiwan
16 - Emirados Árabes Unidos
17 - Macedônia
18 - Estônia
19 - Letônia
20 - Finlândia
(...)
120 - Papua Nova Guiné
121 - Suazilândia
122 - Lesoto
123 - Senegal
124 - Brasil
125 - Paraguai
126 - Argentina
127 - Irã
128 - Barbados
129 - Equador
130 - São Vicente e Granadinas
O Brasil e os BRICS
28º Rússia
31º China
63º Índia
84º África do Sul
124º Brasil
Fonte: Jornal O Globo