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O futuro da certificação digital passa pelas novas tecnologias da Revolução 4.0
A discussão sobre novas tecnologias deu início aos debates do CERTFORUM 2019. A temática está inserida no novo contexto mundial da Revolução 4.0, que traz conceitos como inteligência artificial, internet das coisas, reconhecimento biométrico, computação quântica.
“Esse é o futuro da nossa área, é um caminho inevitável para quem trabalha com assinaturas digitais e segurança da informação. Está chegando uma nova era, que transformará todo o setor invariavelmente. Assim é a tecnologia”, declarou o diretor de Infraestrutura de Chaves Públicas do ITI, Eduardo Lacerda.
O diretor explicou que uma assinatura digital é feita a partir de um processo matemático criptográfico, que associa, com integridade, os dados de uma transação eletrônica a uma pessoa ou entidade.
“Não se trata de ter validade ou não, mas sim presunção de validade, eficácia probatória. É isso que difere uma assinatura digital de uma eletrônica, já que esta não possui tal presunção”, complementou o diretor. Lacerda ainda defende que o uso de login e senha nos acessos a serviços digitais não é suficiente para garantir a segurança: “a comprovação está nos inúmeros casos de vazamento de dados registrados em todo mundo”.
A indústria 4.0 traz grandes transformações para o mercado de certificação digital. O surgimento de tecnologias como blockchain, no entanto, devem ter como máxima a segurança e interoperabilidade em sua infraestrutura. Critérios que muitas não disponibilizam em integralidade.
Segundo Lacerda, apenas a assinatura digital com ICP-Brasil dispõe de todos os requisitos de autenticidade, integridade, confidencialidade, não repúdio e presunção de validade jurídica nas transações em ambiente digital, o que garante o seu reconhecimento mundial.
Internet das coisas
A conectividade do usuário com segurança no ambiente digital é a máxima deste cenário. “Essa é uma experiência recente que o mundo tem vivido e sobre a qual ainda existem muitas e grandes dúvidas. Hoje utilizamos aplicativos que, teoricamente, devem nos fornecer informações precisas, e é neste contexto que entra a segurança fornecida pelo certificado digital ICP-Brasil”, declarou.
A temática foi apresentada pela presidente do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia - Inmetro, Angela Flôres Furtado, que também palestrou no painel.
Furtado anunciou que a já reconhecida segurança da ICP-Brasil estará presente, ainda este ano, nos medidores de combustível. A medida garantirá ao consumidor que o volume que o display está mostrando é efetivamente o mesmo pelo qual o cidadão está pagando, evitando possíveis fraudes.
O Inmetro está em processo de credenciamento para se tornar autoridade certificadora de 1o nível, responsável por implantar as políticas de certificação digital para objetos metrológicos. O intuito é eliminar fraudes, conferir segurança e possibilitar a disponibilização de serviços inovadores para instrumentos de medição, produtos em geral, dispositivos de internet das coisas.
As entidades federais assinaram um protocolo de intenções em 24 de setembro e preveem, ainda este ano, o início do projeto de implantação de certificação digital nos medidores das bombas de combustível dos postos.
“A responsabilidade é conjunta, do ITI, do Inmetro, e de todas as entidades certificadoras que estarão operando os certificados digitais das coisas para uma cidadania digital, que incluirá os brasileiros nos melhores padrões de segurança do mundo”, finalizou.