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IRD completa 51 anos de fundação
Solenidade comemorativa na sede do IRD, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, foi realizada em 21 de março, para celebrar os 51 anos de fundação do instituto. A diretora do IRD, Angélica Wasserman, recebeu o presidente interino da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) Francisco Rondinelli Júnior, nomeado na mesma data pela ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação Luciana Santos. Participaram também o diretor substituto de Pesquisa e Desenvolvimento da CNEN Fábio Staude; o diretor substituto de Radioproteção e Segurança Nuclear Alessandro Facure, o diretor de Gestão Institucional da CNEN Rogério Lins. Presentes ainda representantes de entidades científicas e profissionais de diversas instituições.
Wasserman destacou as atividades institucionais e a cultura da qualidade, a representação do IRD em comitês técnicos e normativos, científicos e a entrega dos resultados nas diversas áreas de atuação - física médica, dosimetria, metrologia, emergências radiológicas e nucleares e radioproteção ambiental e ocupacional. Destacou ainda a disponibilização à sociedade de informações técnicas e científicas e os espaços institucionais de divulgação. Ao agradecer o empenho de toda a força de trabalho, ressaltou que os servidores permanecem atuando, em média, seis anos a mais na instituição depois de adquirirem o tempo de aposentadoria.
A necessidade de renovação foi um dos pontos apontados também pelo diretor de Gestão Institucional da CNEN Rogério Lins. Para Alessandro Facure, o IRD remete ao seu início nas atividades na área em que escolheu atuar, ainda estudante de física. O afeto e a história relacionada a pessoas que o apoiaram e nomes com quem conviveu deram a tônica do discurso do dirigente, que acrescentou que quando o IRD é citado no país ou no exterior é sempre uma referência na área e na contribuição à formação de diversos profissionais.
O diretor Fábio Staude mencionou a quantidade e a qualidade das entregas do IRD mediante os desafios de infraestrutura e pessoal. A dedicação e o compromisso da força de trabalho também foram destacados pelo gestor, que também está à frente da direção do Instituto de Engenharia Nuclear. Ele desejou sucesso ao novo presidente da CNEN, que participou no primeiro evento oficial pós nomeação.
Homenagens a servidores e ex-dirigentes
Na solenidade, que aconteceu no auditório Rex Nazaré Alves, foram homenageados servidores com mais de 45 anos de serviços prestados à instituição e ex-dirigentes, por sua contribuição à história do IRD. Estiveram presentes para receber a distinção os ex-dirigentes Anna Maria Campos de Araújo (chefe do Laboratório de Dosimetria em 1969), Eliana Amaral (ex-diretora do IRD) e José Marcus Godoy (ex-diretor do instituto). Também foram homenageados Carlos Eduardo Veloso de Almeida, Laércio Antonio Vinhas e Luiz Fernando Conti, que por compromissos assumidos anteriormente não puderam estar presentes. A cerimônia foi dedicada à memoria de Luiz Tauhata, pesquisador do instituto, falecido em junho de 2022, que formou uma geração de profissionais.
Anna Campos destacou o início como chefe do Laboratório de Dosimetria em 1969 e alguns desafios superados, com entusiasmo e com a força motriz dos pioneiros e de Rex Nazaré Alves, idealizador do projeto de instituto que nascia em 1972 na Baixada de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. Ela agradeceu a todos pelas homenagens, pelo convívio e aprendizado.
Eliana Amaral, diretora de 1994 a 2003, se emocionou ao receber a placa que destacou sua inestimável contribuição à história do instituto. Agradeceu a homenagem e afirmou que o instituto tem alma, o que traz singularidade à história por ela vivenciada.
Godoy, diretor do IRD de 1993 a 1994, comentou sobre como é bom poder estar no instituto e ter referências profissionais e pessoais entre os colegas. Citou sua atuação na área ambiental e na contribuição que a instituição trouxe, marcadamente, ao longo de anos. Agradeceu as oportunidades que teve na instituição.
Foram lembrados os servidores da ativa falecidos no último ano, além do professor Tauhata, Guilherme Santos, do Serviço de Recursos Humanos; Margarida Cabral, do Núcleo Médico e Dilândio Pereira, do Setor de Patrimônio.
Apresentações
A palestra da pesquisadora da Divisão de Física Médica do IRD Ana Cristina Murta Dovales, em 21 de março, durante a solenidade, trouxe diversas informações sobre o uso, benefícios e riscos dos diagnósticos médicos por imagem. Alunos e profissionais presentes puderam assistir a conceitos sobre exposição à radiação e como o uso dos exames de imagem cresceram, como eles tem sido empregados e sobre a necessidade de otimização, já que implicam em riscos. A prescrição de tomografias e demais exames de imagem durante a pandemia de COVID também foi mostrada, inclusive em como as indicações nem sempre estão adequadas ao resultado pretendido. A discussão precisa ser conduzida e o conhecimento científico em radiações ionizantes necessita balizar tais escolhas médicas, apontam os estudiosos. "O IRD tem contribuído com a radioproteção de pacientes, público em geral e trabalhadores ao longo dos anos", destacou Dovales.
No dia 23 de março houve a exibição do filme Síndrome da China, produção de 1979 ganhadora de quatro Oscars que retrata um acontecimento irregular em uma usina nuclear e uma investigação em busca dos fatos. O filme é anterior ao acidente nuclear de Three Miles Island, nos Estados Unidos. Raul dos Santos, chefe da Divisão de Atendimento a Emergências Radiológicas e Nucleares do IRD, conduziu uma discussão após a exibição e identificou pontos que foram aprimorados pela indústria nuclear como resposta aos acidentes e incidentes ocorridos envolvendo centrais nucleares: maior integração dos planos de emergência, necessidade de cadeia de comando bem definida, importância da comunicação com a mídia. Também no Brasil houve a criação do Sipron, Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro.