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Comemoração de 50 anos de fundação do IRD reúne personalidades da história da radioproteção no país
O IRD/CNEN completou 50 anos de fundação e para celebrar a data estiveram presentes, na sede do instituto, nesta quarta, 23 de março, representantes de entidades técnicas e científicas, gestores, pesquisadores, ex-diretores, servidores e colaboradores. O presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear Paulo Pertusi, o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da CNEN Madison Almeida e o diretor-substituto de Radioproteção e Segurança Nuclear da CNEN Alessandro Facure participaram do evento. Em seguida, foi inaugurado o Espaço Memória da Radioproteção, dedicado a preservar dados e fatos históricos sobre o trabalho voltado à proteção do público, dos trabalhadores que lidam com radiações e do meio ambiente.
Em seu discurso de boas-vindas, a diretora do IRD Angélica Wasserman destacou a importância das divisões técnicas do IRD, Dosimetria, Física Médica, Metrologia, Radioproteção e Emergências, aliadas às atividades de grande relevância no ensino, gestão, qualidade, comunicação, resultando em diversas expertises e multidisciplinaridade. Ressaltou ainda um resultado recentemente obtido: a Capes aumentou em 50% o número de bolsas de doutorado do Programa de Pós-Graduação, indicativo de excelente avaliação do Programa. A gestora abordou também a participação do IRD em um consórcio internacional para a elaboração de um programa de mestrado em Descomissionamento e Remediação Ambiental. O projeto conta com a participação de instituições de Portugal, Bélgica, Noruega, e EUA, e foi apresentado para financiamento, pelo programa Erasmus da Comunidade Europeia.
O diretor de Pesquisa e Desenvolvimento CNEN ressaltou a importância do trabalho conjunto, do esforço coletivo que resulta em entregas de grande relevância à sociedade. “A diretoria é muito grata a todos. Abraço a todos os ex-diretores e tudo o que foi dito aqui só confirma o que temos visto nestes dois anos e meio em que estou à frente da diretoria”, completou. Por sua vez, o diretor-substituto de Radioproteção da CNEN lembrou da importância do instituto em sua vida profissional, desde a sua época de jovem estudante de física e parabenizou pelos resultados relevantes. O presidente da CNEN reconheceu o trabalho que o IRD realiza, com esforço e dedicação nas entregas, para a sociedade e para o país. O dirigente máximo da autarquia enfatizou que “o trabalho é fantástico; é reconhecido como um centro nacional e mundial em proteção radiológica”.
Representando as parcerias institucionais do IRD, o médico Nelson Valverde, especialista em atendimento a radioacidentados, foi convidado a proferir algumas palavras sobre o instituto. Ele destacou o papel do IRD em colaborações em várias ocasiões com a Agência Internacional de Energia Atômica, no atendimento médico em emergências radiológicas ocorridas em países como Peru, Bolívia, Equador, Chile e Venezuela. “Ministramos inúmeros treinamentos Brasil afora e em diversos países da América Latina e para outras regiões, em cooperação com a AIEA e a Organização Panamericana de Saúde”, afirmou.
Representando os ex-dirigentes IRD, o embaixador Laércio Vinhas foi convidado a proferir algumas palavras e por compromissos assumidos anteriormente não pode estar presente. Mas fez questão de participar, enviando seu depoimento em vídeo, exibido aos presentes. Vinhas presidiu a junta de Governadores da AIEA, ocupou diversos cargos gerenciais na CNEN e foi diretor do IRD de 1990 a 1993. Ele destacou as conquistas relevantes do instituto, “que o fizeram reconhecido nacional e internacionalmente por sua excelência”. “Nestes 50 anos, o IRD, graças ao empenho, competência e dedicação de seus funcionários, superando inúmeras dificuldades, alcançou resultados notáveis. Todas estas e outras conquistas relevantes se devem ao trabalho conjunto, harmonioso e integrado de todas as suas divisões e serviços. É igualmente notável a contribuição do IRD na formação de recursos humanos nas suas áreas de atuação”, frisou.
Uma apresentação musical do grupo de cordas Nina´s ocorreu ao final da solenidade no auditório Rex Nazaré Alves. Mais outra apresentação musical de sax, pelo diretor do Instituto de Engenharia Nuclear, Fabio Staude, ocorreu durante a confraternização em área externa do instituto, após a inauguração do Espaço Memória da Radioproteção.
História do IRD
O IRD teve sua origem na década de 60, em um pequeno laboratório de dosimetria do Departamento de Pesquisas Científicas e Tecnológicas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), situado nas dependências da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Na direção deste laboratório estiveram Edgard Meyer e Anna Maria Campos de Araújo, primeiros diretores do Laboratório de Dosimetria. Contando, inicialmente, com apenas 4 servidores, tinha como atribuição básica efetuar calibração de monitores de radioproteção utilizando fontes de referência e monitoração ambiental do impacto das explosões atômicas ocorridas no hemisfério norte. A metrologia das radiações ionizantes, no Brasil, teve um grande impulso a partir da doação a este laboratório, pelo INCa, do primeiro irradiador de cobalto para a calibração de dosímetros clínicos, em 1969.
Cabe destacar o empenho do Dr. Rex Nazaré Alves, primeiro diretor do IRD, na captação de recursos e procura do terreno para construção do prédio onde seria situado o novo instituto. Os pesquisadores Günter Drexler, do GSF/Alemanha, e Martin Oberhofer, do Joint Research Centre (JRC/Itália), foram seus principais colaboradores no início da criação do instituto.
Foram diretores do IRD RexNazaré Alves, Dagmar da Cunha Reis, Carlos Eduardo de Almeida, Anamélia Mendonça, Laércio Antonio Vinhas, José Marcus Godoy, Eliana Amaral, Luiz Fernando Conti, Dejanira da Costa Lauria, José Ubiratan Delgado, Renato Di Prinzio.