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Uso de simulador impresso em 3D para estudar exposição à radiação dos trabalhadores em medicina nuclear
Uso de simulador antropomórfico impresso em 3D para estudo da distribuição do equivalente de dose de extremidade em serviços de medicina nuclear foi o título da pesquisa de mestrado de Bruno Alves Brenga Vieira, defendida em 25/02, pelo Programa de Pós-Graduação em Radioproteção e Dosimetria do IRD, sob orientação de Marcus Alexandre Vallim. O simulador funciona como uma ferramenta de avaliação da distribuição de dose em extremidades para diversos modos de manipulação. Os pesquisadores explicam que o baixo custo de produção do simulador 3D implica em um potencial para popularização no estudo das doses em extremidades.
Devido às dificuldades práticas para analisar o ponto mais exposto dos indivíduos ocupacionalmente expostos, foi proposta no trabalho a utilização da tecnologia de impressão 3D. A ideia é que seja utilizada pelos supervisores de radioproteção em Serviços de Medicina Nuclear para estudo e otimização do modo de manipulação. Com a configuração adequada, é possível realizar simulações que representem o modo de manipulação do IOE e dar subsídios para avaliar a área mais exposta a partir dos valores de dose da monitoração individual de extremidade com anéis ou pulseiras dosimétricas.
A exposição dos trabalhadores (IOEs) à radiação ionizante acontece nos serviços de medicina nuclear, que utilizam fontes não seladas. A dosimetria ocupacional é a área responsável pela monitoração de doses recebidas pelo indivíduo em função de suas atividades laborativas e/ou incidentes ou acidentes em que esse trabalhador possa estar envolvido. De acordo com a legislação, o limite de dose para extremidades é de 500 mSv/ano. Estudos mostraram que há uma forte influência na avaliação das doses devido ao local de posicionamento do dosímetro para monitoração e essas diferenças no posicionamento podem subestimar a dose máxima que o trabalhador se submete em até 27 vezes.
Os dosímetros utilizados na pesquisa foram fornecidos pelo Laboratório de Dosimetria Termoluminescente (LDT/IRD). O posicionamento foi feito nas regiões de interesse das mãos e punhos e afixados em luva de borracha. Foram sugeridas algumas recomendação no estudo, entre elas realizar treinamentos mostrando o impacto que cada modo de manipulação pode ter na área mais exposta da mão e definir um modo de manipulação padrão para o serviço de medicina nuclear.