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Sessão plenária CBMRI 2021 - Meninas e mulheres na ciência
A oitava edição do Congresso Brasileiro de Metrologia das Radiações Ionizante, realizado durante o Metrologia 2021, que reúne seis eventos paralelos sobre metrologia e se encerra nesta quinta, 21 de outubro, trouxe uma sessão sobre a presença feminina na área de radiações ionizantes. Reuniu profissionais experientes e bolsista de iniciação científica. A conversa provocou reflexões importantes sobre as mudanças vividas ao longo dos anos e quais são os desafios para as novas gerações. Moderado por Lídia Vasconcellos, chefe da Física Médica IRD, reuniu Eliana Amaral, assessora da Comissão Nacional de Energia Nuclear, Maria da Penha Albuquerque Potiens, gerente do Centro de Metrologia do Ipen, e Beatriz Assis, jovem cientista que desenvolve projetos em metrologia 4.0. Todas apontaram que é importante observar as oportunidades e enfrentar com coragem a jornada, que precisa de incentivo.
“Antes era mais difícil, hoje a mulher consegue se impor mais. Sobre minha experiência, tive sorte de trabalhar em um ambiente que não era hostil às mulheres e tinha até muita participação feminina. Na metrologia Ipen, somos 29 por cento, e de modo geral no instituto temos várias mulheres em posição de liderança e também como orientadoras das pesquisas da pós em todas as áreas, com destaque, prêmios e distinções importantes”, destacou Maria da Penha. Sempre temos barreiras a superar, mas o resultado é recompensador. A competência técnica precisa ser o diferencial e o gênero não pode ser um limitador, lembrou Lídia.
Eliana Amaral, que foi diretora do IRD (1994-2003) e diretora da Divisão de Radiação, Rejeitos e Transporte do Departamento de Segurança Nuclear na Agência Internacional de Energia Atômica (2005-2010) lembrou o quanto o trabalho integrado e o ambiente inovador favorecem a busca por resultados de excelência. Ela aconselha valorizar o foco no que se almeja e atuar com coragem.
Bia agradeceu ao grupo de pesquisas do qual faz parte, bastante interdisciplinar e que reúne de graduandos a doutorandos, e o quanto já aprendeu em tão pouco tempo. Desde o primeiro dia de faculdade a estudante buscou iniciação científica e afirma que nunca lhe faltou incentivo. Tem trabalhado em grupos formados por várias mulheres pesquisadoras. Em seu segundo ano de iniciação científica, desenvolve parte da pesquisa no Laboratório de Ciências Radiológicas da Uerj e tem buscado fazer as perguntas certas, publicar e aprender bastante. “Quero consolidar uma carreira, participar de grupos em que mulheres sejam apoiadas e me lançar aos desafios”, finalizou. Ao pedir a mensagem final às panelistas, Lídia agradeceu o encontro e todas foram unânimes em reiterar: foco, atenção, muita dedicação. Penha acrescentou: “não é preciso abrir mão de nada; podemos ser mães ou não, podemos fazer o que quisermos, por escolha nossa; não é um padrão, uma imposição externa; lugar de mulher é onde ela quiser”.