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IRD recebe novo equipamento para medir concentrações de radônio
Instalado na Divisão de Radioproteção equipamento para medir radônio , gás nobre radioativo apontado pela OMS como segunda causa de câncer de pulmão, após o tabagismo
Equipe da Divisão de Radioproteção Ambiental e Ocupacional montou equipamento, recebido em março de 2021, que vai apoiar pesquisas para medir as concentrações radônio no Brasil, seguindo todos os protocolos de segurança em relação à Covid-19. Paulo Ferreira, responsável pelo Laboratório de Radônio, organizou uma videoconferência com Paulo Norte Pinto, da empresa portuguesa Radosys Atlantic e membro do Comitê Executivo da Associação Europeia sobre Radônio, para montar o equipamento e realizar testes iniciais.
O sistema instalado consiste em módulo para revelação de detectores e outro para digitalização e processamento de imagem para determinação do radônio, o que automatiza o processo, aumentando em muitas vezes a capacidade de processamento de dosímetros (dispositivos que registram a exposição à radiação) e obtenção de resultados confiáveis. A expectativa é de que sejam implementados novos trabalhos com instituições já parceiras de projetos, como o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), o Instituto Militar de Engenharia (IME) e a Engenharia Nuclear da Coppe/UFRJ, além de suportar as atividades de fiscalização de mineradoras realizada pela Divisão de Matérias Primas da Diretoria de Radioproteção e Segurança Nuclear (DIMAP/DRS) da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
O radônio-222 é um gás nobre radioativo originado durante o processo de decaimento radioativo do rádio-226, originário, por sua vez, da cadeia de decaimento do urânio-238. O radônio emana das rochas e solos e tende a se concentrar em espaços fechados como minas subterrâneas, áreas de beneficiamento de minérios, garagens subterrâneas e residências. A infiltração de gases do solo é reconhecida como a fonte mais importante de radônio residencial. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, é a segunda maior causa de câncer de pulmão, após o tabagismo, assim a detecção de radônio realizada por uma técnica eficiente é muito importante, explica Paulo Ferreira.
A exposição ao radônio - 222 envolve medidas importantes de proteção radiológica. A grande preocupação se deve à inalação desse gás radioativo. As partículas alfa provenientes do gás são pouco penetrantes, mas têm grande poder de ionização, capaz de afetar os pulmões, provocando lesões de acordo com a quantidade inalada do gás.
O equipamento RadoMeter 2000 foi adquirido com verba da DIMAP/DRS para auxiliar a Divisão nas atividades de fiscalização de mineradoras e repassou o equipamento para ser instalado no Laboratório de Radônio da DIRAD, onde poderá ser utilizado suportando as atividades de fiscalização e o desenvolvimento de novos projetos nas áreas ambientais e ocupacionais.
Texto: Lilian Bueno/ Ascom IRD